Aliado de Lula emplaca indicação para agência e gera protestos no PT
Indicação de Líder do PSD, ainda não oficializada pelo Senado, veio a tona em meio à discussão no governo sobre críticas de Kassab a Lula
atualizado
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O presidente Lula indicou Artur Watt Neto para o cargo de diretor-Geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ele é ligado ao líder do PSD no Senado, Otto Alencar. Essa indicação, ainda não aprovada pela Casa, gerou protestos na ala mais ideológica PT por conta das recentes críticas públicas feitas por Gilberto Kassab [presidente do PSD] ao governo e, especificamente, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A mensagem da Presidência da República oficializando a indicação de Watt foi encaminhada no dia 17/12/2024, no apagar das luzes do último ano Legislativo. Por isso, não deu tempo de ser analisada. O documento aguarda despacho do presidente da Casa. Uma ala do PT quer discutir essa nomeação antes que ela se concretize.
A ANP tem função de promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo. Nas palavras do próprio governo federal, a agência tem atuação “do poço ao posto”, regulando aproximadamente 137 mil empresas que trabalham a partir da prospecção de petróleo e gás natural nas bacias sedimentares do Brasil, até no controle de qualidade dos combustíveis vendidos ao consumidor final.
Watt é consultor jurídico na Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA). Sua nomeação, se confirmada pela Casa, fortalecerá o poder da chamada “república baiana” no governo federal. A Bahia tem um dos maiores complexos petroquímico da América do Sul, localizado no município de em Camaçari. Fica a 50 km de Salvador.
O consultor jurídico é filho de Márcia Watt, casada com o irmão de Otto Alencar. O senador defendeu o perfil técnico do indicado: “É uma indicação minha, é concursado. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia, também do PSD) analisou o currículo. É uma pessoa técnica, de carreira, com compromisso”.
Ele tem cargo efetivo de procurador federal na Advocacia-Geral da União (AGU), com passagens pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e pelo próprio Ministério de Minas e Energia.