Envie informações e sugestões à coluna pelo WhatsApp: (61) 99923-7789

Câmara não tem data para votar projeto que reserva vagas para mulheres

Câmara segue sem acordo para incluir na pauta projeto de lei aprovado no Senado em 2021 teria reserva vagas para mulheres no Legislativo

atualizado 08/03/2023 15:30

Congresso Agência Brasil

A Câmara dos Deputados não tem data para incluir na pauta o projeto de lei aprovado pelo Senado em 2021, garantindo o aumento escalonado de vagas para mulheres nas assembleias legislativas, câmaras municipais e no Legislativo Federal.

 

Enquanto o presidente Lula anuncia uma série de medidas interministeriais nesta quarta-feira (8/3), pela passagem pelo Dia Internacional da Mulher, a Câmara Federal ainda busca um acordo que possa viabilizar a votação do projeto 1.951/2021, que amplia os espaços para as mulheres no Poder Legislativo.

A autoria do projeto é do senador Ângelo Coronel (PSD-BA) e previa inicialmente uma cota de 15% das cadeiras nas câmaras municipais, assembleias legislativas e na Câmara Federal para mulheres. O projeto aprofunda a norma já estabelecida pela Lei das Eleições, que obriga partidos políticos a registrarem mulheres em 30% das candidaturas da legenda ao Legislativo.

 

Ainda no Senado, o projeto 1.951/2021 recebeu emenda da então senadora e líder da bancada feminina no Congresso, Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que aumentava essa porcentagem de vagas reservadas para mulheres nas casas legislativas de forma gradual, para 18% em 2022 e chegando a 30% nas eleições de 2038.

 

Caso a norma tivesse sido aprovada a tempo de entrar em vigor nas eleições de 2022, o impacto na Câmara Federal não teria sido tão grande. Seriam 93 deputadas eleitas, duas a mais do que as 91 que se elegeram no ano passado. No entanto, considerando que mais de 900 municípios brasileiros não contam com nenhuma mulher nas câmaras de vereadores, o impacto na base seria considerável.

 

Para o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Méier, Carlos Frota, a aprovação do projeto na Câmara é fundamental para a ampliação do espaço das mulheres nas esferas de decisão.

 

“Diversos fatores contribuem para desestimular a participação feminina na política, dentre elas o preconceito, violência política contra a mulher e manobras de alguns partidos para que elas sejam coadjuvantes nos espaços públicos, como candidaturas laranjas com o objetivo de apenas cumprir o mínimo de 30% de candidatas estipulados pelo TSE”, explica Frota.

 

“Essa é a continuidade da luta da mulher por seus direitos, que começou com a luta pelo direito ao trabalho, depois pela educação formal, pelo voto e agora, pelos espaços nas esferas de poder”, avalia o advogado.

 

Em nota enviada à coluna, a assessoria da Câmara Federal afirmou que o projeto tramita em regime de urgência. “O projeto de lei 1951/21 está pronto para a pauta de Plenário. Não é possível prever a votação de uma determinada proposição, uma vez que a construção da pauta de Plenário é um processo coletivo de negociação, que ocorre por acordo entre os líderes”, diz a nota.

 

“Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a pauta de Plenário da Câmara conta com várias proposições ligadas à temática feminina”, concluiu a assessoria.

Mais lidas
Últimas notícias