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Bolsonaro comprará livro de Janones para usar na Justiça

O ex-presidente Jair Bolsonaro revelou que, assim que voltar da Argentina, pretende comprar o livro “Janonismo Cultural”, de André Janones

atualizado

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Ex-presidente Jair Bolsonaro discursa durante cerimônia de lançamento da Frente Parlamentar das Escolas Cívico-Militares - Metrópoles
1 de 1 Ex-presidente Jair Bolsonaro discursa durante cerimônia de lançamento da Frente Parlamentar das Escolas Cívico-Militares - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro revelou que, assim que voltar da Argentina, pretende comprar o livro “Janonismo Cultural“, do deputado federal André Janones. Não que esteja interessado em aprender as táticas de guerrilha digital do parlamentar. A intenção é usar a obra, lançada em novembro, como prova no processo judicial que moverá contra o parlamentar.

É que, no livro, o deputado admite ter feito o uso de fake news para tentar favorecer Lula nas eleições de 2022. Postagens com ataques e ameaças a Bolsonaro eram publicadas nas redes sociais em datas estratégicas, como no dia do debate da TV Globo, para desestabilizar o adversário. Tudo, relatou Janones, fruto de sua própria cabeça.

O ex-presidente acredita que, no tribunal, a confissão possa render uma condenação a Janones. E a ele, Bolsonaro, uma polpuda indenização.

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O “janonismo cultural”

Uma das notícias falsas foi sobre o celular desaparecido de Gustavo Bebianno, o primeiro ministro que Bolsonaro demitiu após tomar posse em 2019. Corriam rumores de que o celular guardava conversas comprometedoras entre Bebianno e Bolsonaro.

Janones – que diz jamais ter chegado perto do “mítico aparelho” – insinuou nas redes sociais que havia tido acesso ao conteúdo para “atormentar” Bolsonaro. Horas antes de começar o último debate entre Bolsonaro e Lula, ele escreveu:

“Está tudo na mão do Pai, agora é com ele. Seja o que Deus quiser!’.

Justifica no livro:

“O que Jair Bolsonaro temia? Que eu tivesse entregado documentos sobre Gustavo Bebianno para Lula. Até eu me impressionava com minha capacidade de mexer com eles”.

Outra notícia falsa inventada por Janones: o ex-presidente Fernando Collor de Mello seria ministro de um eventual segundo governo de Bolsonaro. Foi em resposta a uma fala na qual Bolsonaro disse que, se Lula vencesse, José Dirceu seria ministro.

Janones justifica:

“O ministro de Lula vai ser José Dirceu? Tá bom. Então o ministro da Previdência de Bolsonaro vai ser Collor. Simples assim. Ele realmente seria ministro de Bolsonaro? Eu sei lá. Mas uma vez que ele apoiou Bolsonaro, poderia muito bem ser. Ele iria confiscar benefícios como a aposentadoria? Não sei, mas ele confiscou as poupanças quando foi presidente”.

Sobre o episódio em que Bolsonaro disse que “pintou um clima” entre ele e um grupo de meninas venezuelanas refugiadas que moravam numa comunidade em São Sebastião, relatou Janones:

“Segui provocando, alimentando a angústia deles [nas redes sociais], até que no dia 28 [véspera da eleição no segundo turno], finalmente publiquei no Twitter minha foto em frente ao letreiro de São Sebastião: ‘Missão cumprida: depoimentos, gravações, testemunhas e provas incontestes e irrefutáveis! Agora bora levar tudo para São Paulo porque a noite promete!’ Fiz eles [Bolsonaro e aliados] de otários!”.

Rachadinha do Janones

Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) instaurou inquérito para apurar a prática de rachadinha no gabinete de André Janones. A medida foi tomada após a coluna revelar áudios nos quais o deputado cobra parte do salário dos assessores para enriquecer e, também, gerar caixa para campanha eleitoral.

A expectativa é que ex-assessores, assessores e o próprio André Janones sejam ouvidos nos próximos dias. O parlamentar nega que tenha cometido qualquer irregularidade.

No áudio, disse Janones: “Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito.

Porque eu perdi R$ 675 mil na campanha. ‘Ah isso é devolver salário e você tá chamando de outro nome’. Não é. Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser”.

O deputado continuou: “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção”.

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