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KondZilla faz alerta para rentabilidade de podcasts

Em segundo dia de Web Summit Rio, dono de um dos maiores canais de YouTube do mundo aponta mudança no consumo de áudio na web

atualizado

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Fabrício Vitorino/Metrópoles
Foto colorida de KondZilla em seu painel no Web Summit Rio - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de KondZilla em seu painel no Web Summit Rio - Metrópoles - Foto: Fabrício Vitorino/Metrópoles

Konrad Dantas, ou KondZilla, é dono de um dos maiores canais de YouTube do mundo, com mais de 65 milhões de inscritos e que ultrapassou a incrível marca de 36,5 bilhões de visualizações. No Web Summit Rio, o youtuber, diretor e produtor deu uma aula de empreendedorismo, perseverança, conhecimento do mercado e ativismo.

Além do painel sobre “Como fazer o seu negócio prosperar?”, o paulista de 34 anos também conversou com jornalistas, mostrando uma faceta ainda mais engajada.

Sua carreira começou após perder a mãe, ainda jovem, e decidir usar o dinheiro do seguro para investir nos estudos. Por isso, o YouTuber defende que é preciso ter mais exemplos para inspirar os jovens da favela.

“A gente precisa levar talentos para a molecada de favela, incentivar a estudar e pegar quem já estudou tecnologia. O Brasil é case em várias coisas. Na receita, em arranjo, em pagamento por aproximação, nas eleições, e a gente fica divulgando o quanto que a gente consome de dancinha no Tiktok”, disse o empresário.

Uma de suas revoluções foi produzir conteúdo com a mesma ferramenta que ela será consumida – no caso, o celular. KondZilla conta que passou a usar edição especial, nos agudos das batidas, e não nos graves, pois os falantes dos celulares não conseguem reproduzir tons nessas frequências.

Críticas às mudanças no YouTube e ao modelo ‘podcast’

KondZilla foi além de falar somente sobre seu canal e sobre inspiração. Em seu painel, uma série de números importantes foram mostrados ao público, provocando olhares e o efeito “oh”.

Segundo os dados do produtor, as visualizações em seu canal no YouTube caíram de 24 milhões por mês, em 2018, para 9 milhões, em 2023. No mesmo período, os plays no Spotify dobraram: de 4 para 8 milhões.

E, de acordo com Konrad, isso provoca algumas reflexões importantes.

A primeira é que o Brasil é o 3º maior território do mundo em audiência para o Spotify. Mas, enquanto a América do Sul é responsável por 3,8% da receita global, o Brasil corresponde por apenas 1,9%, mostrando uma enorme disparidade entre consumo x receita.

A segunda reflexão é sobre o modelo de consumo. Em 2017, 46% do tráfego de seu canal no YouTube vinha através do “vídeo sugerido” – o algoritmo. Hoje, o sugerido traz apenas 9,3% e a playlist assume o principal posto como imã para novos usuários. A conclusão? Seguindo o modelo de playlists do Spotify, o YouTube recalibra o algoritmo para tentar oferecer uma experiência similar ao concorrente.

Por fim, KondZilla faz uma provocação sobre o mundo dos podcasts. Para reproduzir músicas, as plataformas fazem os pagamentos por direitos autorais. Já para podcasts, esse valor não existe, sendo muito mais conveniente para as plataformas. Por fim, se um podcast tem 120 minutos, ele ocupa o mesmo tempo de 40 músicas na vida do usuário.

Ou seja: uma profunda mudança tanto de comportamento de consumo quanto de modelo de negócio que não passou despercebida pelo youtuber, que passou a dividir seu business em várias etapas: música, videoclipe, publicidade, vídeos curtos e TV.

E, para este último, KondZilla lembrou que também está num programa de canal por assinatura e admitiu ter perdido o bonde do “TikTok”. Porém, como bom empreendedor, já achou seu nicho, que passou a ser o público 50+.

Se a geração que vai viver mais de 100 anos já nasceu, como lembrou KondZilla, ela certamente vai consumir algo do jovem do Guarujá que inspirou uma geração, ao inventar o “youtuber brasileiro”.

Metrópoles na Web Summit

A cobertura pode ser acompanhada na M Buzz e também nas redes sociais do portal. A geração dos conteúdos terá a produção do jornalista Fabrício Vitorino.

Entre os nomes de peso confirmados estão:

  • David Vélez, fundador e CEO da Nubank;
  • Edith Yeung, Early-stage venture investor da Race Capital;
  • Luciano Huck, apresentador da Rede Globo;
  • Mada Seghete, VP de marketing da Branch;
  • Roger Laughlin, fundador & Brazil CEO da Kavak;
  • Catherine Powell, Global Head of Hosting do Airbnb;
  • Ayọ Tometi, cofundador do Black Lives Matter;
  • Fernando Machado, CMO da NotCo.

Todos os palestrantes podem ser conferidos neste link.

Quando: de segunda-feira (1º/5) à quinta-feira (4/5).

Onde: Riocentro – Rio de Janeiro (RJ).

Horário: das 9h às 17h

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