Perfil no Instagram reinventa logos de grifes com mensagens políticas
Criada pelo designer gráfico e pesquisador de tendências Eve Barboza, a conta mistura moda, ironia, semiótica e cenário político
atualizado
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As redes sociais podem ser um espaço interessante para compartilhamento de ideias e até manifestação política. Prova disso é o perfil @evenotivy, no Instagram, que proporciona novo olhar sobre a moda e o cenário atual, com um toque de ironia. Criada pelo designer gráfico e pesquisador de tendências Eve Barboza, de São Paulo, a conta usa semiótica para reinventar logotipos famosos.
Vem comigo conferir!
O primeiro post foi feito em agosto de 2019. Desde o começo, Eve compartilhava os trabalhos como designer. No fim do ano passado, começou a publicar as reinvenções das logos de marcas famosas. Em tempos de pandemia global, o conteúdo passa mensagens de conscientização.
Além do mundo fashion, as mensagens englobam a atual crise política. A ideia é usar a arte como instrumento de reivindicação. “Moda, para mim, sempre foi uma forma de expressão. Toda forma de expressão é política”, disse Eve Barboza à coluna.
No trabalho de Eve, até nome de revista de moda vira arte política: “Elle sim” faz referência ao movimento Ele Não, que tomou força durante as eleições de 2018 contra o então candidato Jair Bolsonaro. Em diferentes posts, o designer se posiciona de forma contrária ao atual governo.
Os designs incluem novas versões de logotipos e logomarcas de labels renomadas. Chanel, por exemplo, transforma-se em “Cancel” ou “Change”, enquanto “Dior” vira “Doar”. “Prada” surge em um acróstico com recomendações. Além dessas, há outras grifes usadas no projeto, como Celine, Supreme, Alexander Mcqueen, Off-White, Louis Vuitton e Jacquemus.
“É uma série que propõe retirar marcas de moda de um lugar estabelecido e as propor em um novo corte por meio da imagem e da palavra, usando ironia e semiótica; ressignificando expressões, conceitos e sentimentos. Chamar a atenção para valores que não podem ser esquecidos – e que facilmente esquecemos – quando consumimos, dentro do modelo capitalista que vivemos”, assinalou o criador do perfil.
Colaborou Rebeca Ligabue