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Niemeyer e Nossa Senhora Aparecida inspiram coleção de alta-costura

O estilista Stéphane Rolland homenageou elementos brasileiros em desfile nessa terça-feira (24/1). As criações têm detalhes esculturais

atualizado

Victor VIRGILE/Gamma-Rapho via Getty Images
Mulher negra vestida com capa dourada em desfile de moda na passarela - Metrópoles

O Brasil foi tema de desfile da temporada de primavera/verão 2023 da Semana de Alta-Costura, sediada em Paris, na França. Nessa terça-feira (24/1), o estilista francês Stéphane Rolland apresentou uma coleção que estampou diferentes referências nacionais, como o manto de Nossa Senhora Aparecida e as linhas características do trabalho do arquiteto Oscar Niemeyer.

Vem conferir!

Giphy/Vogue Arabia/Reprodução

Antes da pandemia, o designer costumava viajar com frequência ao Brasil. Ao mergulhar na cultura, na história e na arquitetura do país, encontrou uma fonte de inspiração que poderia ser refletida em seu trabalho.

“Fazia tempo que queria realizar um desfile sobre o Brasil”, explicou Rolland à AFP. “Amo esse país, admiro o estilo e o prazer de viver que o brasileiro tem no dia a dia. Com silhuetas trapezoidais e relevos, quis destacar o próprio patrimônio arquitetônico do Rio e de Brasília”, detalhou, em entrevista ao portal Fashion Network.

Apresentada no Teatro Nacional Chaillot, a coleção teve como fio de inspiração o filme Orfeu Negro, de Marcel Camus (1959). Trata-se de uma versão brasileira do mito de Orfeu e Eurídice, ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional e da Palma de Ouro em Cannes.

O modernismo dos traços de Niemeyer foi transportado para vestidos brancos, pretos e dourados; enquanto golas, mangas e capuzes completavam o visual exuberante proposto pelo designer. Silhuetas arredondadas marcaram as criações de Stéphane Rolland que, em sincronia com canções de Maria Bethânia, Nara Leão e Tom Jobim, convidaram os presentes a embarcarem em uma viagem ao Brasil de belezas-mil.

Modelo negra usa vestido branco longo com decote profundo e detalhes caprichados - Metrópoles
O estilista Stéphane Rolland acaba de apresentar uma coleção na Semana de Alta-Costura que homenageou o Brasil

 

Modelo negra usa vestido longo dourado - Metrópoles
A apresentação estampou diferentes referências brasileiras

 

Modelo branca usa vestido com assimetrias esculturais - Metrópoles
Grande parte das criações apresentavam modelagens fluidas

 

Modelo branca usa vestido com assimetrias esculturais - Metrópoles
O modernismo dos traços de Niemeyer foi transportado para vestidos

Tonalidades neutras foram contrastadas com pedras que remetiam ao ouro e à abundância. A Floresta Amazônica, considerada o pulmão do mundo, foi retratada por meio de um manto amplo em verde-esmeralda, que representava a força arrebatadora, porém repleta de beleza, da natureza.

A capital federal também foi reverenciada. Vestidos em seda branca e com golas esculturais tiveram como referência as linhas do Palácio da Alvorada, residência presidencial em Brasília.

O encerramento foi um verdadeiro show de simbolismo, emoção e representatividade. Como a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, uma modelo negra cruzou a passarela vestida com uma capa dourada, adornada com esculturas Marajoara. Os elementos homenagearam a civilização pré-colombiana que viveu nas margens do rio Amazonas.

Modelo branca usa vestido com assimetrias esculturais - Metrópoles
Golas, mangas e capuzes esculturais completaram o visual proposto pelo designer

 

Modelo negra usa vestido preto curto com balonê e detalhes esvoaçantes - Metrópoles
O desfile foi regido por canções de Maria Bethânia, Nara Leão e Tom Jobim

 

foto de modelo negra com bracelete dourado - Metrópoles
Joias maximalistas arremataram as produções desfiladas na passarela

 

Mulher negra vestida com capa dourada em desfile de moda na passarela - Metrópoles
Como a imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma modelo negra cruzou a passarela vestida com uma capa dourada

Como bem definiu a Vogue Arábia, “[O desfile foi uma representação] de minimalismo, abundância e fé. Em Stephane Rolland, a taça transborda.”






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