Senadores governistas procuraram o Palácio do Planalto para reclamar de uma reunião feita por André Mendonça com integrantes da Operação Lava Jato em 2019, quando o hoje indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) teria combinado estratégias para impulsionar a agenda política dos procuradores.

Nos últimos dias, governistas questionaram ministros do governo e o próprio presidente Jair Bolsonaro sobre o encontro. A coluna apurou que um senador do PSD também reclamou da reunião para Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). “Vamos continuar apoiando um candidato lavajatista?”, teria questionado o parlamentar a Flávio.

A reunião de Mendonça veio à tona por meio da defesa do ex-presidente Lula (PT). Os advogados do petista entregaram ao STF mensagens secretas trocadas entre o procurador Deltan Dallagnol e colegas da operação que tinham sido apreendidas em arquivos da chamada “Vaza Jato”, aos quais a defesa teve acesso.

Reveladas nesta quarta-feira (1º/9) pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, as mensagens já circulavam há alguns dias nos grupos de WhatsApp de senadores. O temor dos parlamentares é que, se assumir uma vaga no STF, Mendonça adote perfil “punitivista”.

Em nota à imprensa, Mendonça afirmou que a reunião que teve com procuradores da Lava Jato em 2019, em Curitiba, foi “pública”. Segundo ele, a agenda foi “marcada institucionalmente para resolver questões relacionadas à destinação de valores e ao encontro de contas entre acordos de leniência”.