O primeiro encontro do novo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, com a imprensa não foi pautado apenas pelas mudanças no posicionamento político da entidade, antes comandada por Paulo Skaf. Indiretamente, Josué mandou recados para os pré-candidatos à Presidência da República ao apresentar as bandeiras que serão erguidas pela Fiesp nos próximos quatro anos.
As declarações de Josué repercutem no momento em que os pré-candidatos começam a divulgar ideias para os planos de governo.
Na conversa com os jornalistas na quinta-feira (16/2) Josué bateu na tecla de que o Brasil tem de liderar o processo de descarbonização no mundo e que a preocupação ambiental precisará nortear as políticas públicas desenvolvidas no país. “Infelizmente, o Brasil é visto hoje como um país que não cuida do meio ambiente, embora as empresas cuidem muito bem”, afirmou.
Outro tema explorado pelo novo presidente da Fiesp foi a adoção da isonomia tributária para que a alíquota cobrada sobre produtos industrializados esteja no mesmo patamar de outros setores. Josué atribuiu a queda da participação da indústria no PIB e a perda de dinamismo da indústria de transformação aos tributos aplicados sobre a categoria.
“Foi o setor mais fácil de tributar”, disse. “Não é fácil desamarrar esse nó. Se nós baixarmos as alíquotas, a arrecadação não vai cair. Mas, se o estado não acreditar nisso, continuaremos a ver pessoas ao relento nas ruas.”
Sobre a reforma administrativa, Josué afirmou que seria importante aprová-la antes da tributária, desde que as mudanças trouxessem “meritocracia e eficiência” aos servidores públicos. “Mas me parece que quem não quer aprová-la é o governo federal”, declarou.
A economista Vanessa Canedo, anunciada pelo tucano João Doria como uma de suas conselheiras na campanha presidencial, é uma das profissionais que lideram os trabalhos da Fiesp voltados para a reforma tributária.

O primeiro turno da eleição para presidente da República está marcado para 2 de outubro de 2022 Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com cenário ainda longe de ser definido, já se fala em pelo menos 11 pré-candidatos ao Palácio do Planalto. Alguns estão oficializados pelos partidos; outros, ainda nãoRaimundo Sampaio/Esp. Metrópoles


André Janones (Avante) – Deputado federal por Minas Gerais, Janone foi escolhido, em novembro de 2021, como pré-candidato do AvanteCâmara dos Deputados

Ciro Gomes (PDT) – A cúpula do partido diz que Ciro é pré-candidato, mas, após o primeiro turno da votação da PEC dos Precatórios, o político retirou o nome por discordar do partidoJP Rodrigues/Especial para Metrópoles

Felipe d'Ávila (Novo) – O partido Novo lançou o cientista político Felipe d'Ávila como pré-candidato da legenda à Presidência da RepúblicaReprodução/Instagram

Jair Bolsonaro (PL) – A filiação de Bolsonaro ao Partido Liberal tem como objetivo a reeleição presidencial. No entanto, o nome do mandatário ainda não foi oficializado como pré-candidatoAlan Santos/PR

João Doria (PSDB) - Vencedor das prévias do partido, Doria está oficializado como pré-candidatoRodrigo Zaim/ Especial Metrópoles

Leonardo Péricles (UP) – Presidente oficial da sigla, Péricles é pré-candidato e vai concorrer ao cargo de presidente do Brasil em 2022Emiliana Silbertein/ Amanda Alves/ Manuelle Coelho/ Jorge Ferreira

Luiz Inácio Lula da Sila (PT) – O ex-presidente ainda não assumiu oficialmente a pré-candidatura, mas tem se movimentado para enfrentar os principais adversários em 2022Fábio Vieira/Metrópoles



Simone Tebet (MDB) – o nome da professora já foi lançado oficialmente pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e concorrerá em 2022Igo Estrela/Metrópoles