Depois de “Terra em transe” e “Maranhão 66”, como mostrou a coluna, a família do cineasta Glauber Rocha trabalha para restaurar em 4K mais dois filmes do cineasta, principal expoente do Cinema Novo.

“Cabezas cortadas”, lançado em 1971, e o curta-metragem “Di-Glauber”, de 1977, têm projetos para restauração tocados pela pesquisadora Paloma Rocha, filha do cineasta.

Os planos aguardam aprovação do Ministério da Cultura para captar R$ 1,7 milhão por meio da Lei Rouanet. Se tudo correr nos conformes, a previsão é que as restaurações sejam concluídas até 2026.

Descrito pelo diretor como “um filme contra as ditaduras, é o funeral das ditaduras” e filmado na Espanha, “Cabezas Cortadas” tem como protagonista um ditador que, nas palavras de Glauber, seria o “encontro apocalíptico de Perón com Franco”.

“Di, Glauber” é um curta-metragem de 17 minutos em que o cineasta homenageou o artista plástico Di Cavalcanti (1897-1976), de quem era amigo, um ano depois da morte dele. O filme ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes de 1977.

As restaurações da obra de Glauber Rocha, que já incluíram “Deus e o diabo na terra do sol” em 4K, devem se estender, segundo Paloma, a “História do Brasil” (1973), “Amazonas, Amazonas” (1965), “Claro” (1975) e “Jorge Amado no cinema” (1979). Os filmes serão reunidos em uma coleção com o nome do cineasta. Os trabalhos devem ser finalizados até 2028 ou 2029.

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