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Generais deram versões diferentes à PF sobre reunião com Bolsonaro

Generais Freire Gomes e Estevam Theophilo divergiram sobre ordem para reunião com Bolsonaro no Alvorada em dezembro de 2022

atualizado

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Divulgação Exército
Os generais Freire Gomes e Estevam Theophilo
1 de 1 Os generais Freire Gomes e Estevam Theophilo - Foto: Divulgação Exército

Os generais Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e Estevam Theophilo, ex-comandante de Operações Terrestres do Exército, deram versões diferentes à Polícia Federal a respeito de ter havido ou não uma ordem de Freire Gomes para que Theophilo se reunisse com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em 9/12 de 2022.

A PF localizou no celular do ex-ajudante de ordens presidencial Mauro Cid um áudio enviado a Freire Gomes no qual Cid narrou que Bolsonaro “enxugou o decreto” anteriormente apresentado ao comandante do Exército. No mesmo áudio, Cid afirmou que Bolsonaro chamaria Theophilo, então comandante de Operações Terrestres, para conversar.

Aos investigadores da PF, Freire Gomes afirmou não ter dado ordem para que Theophilo fosse ao encontro e disse ter ficado “desconfortável” ao ser informado da reunião pelo ex-ajudante de ordens presidencial Mauro Cid.

A preocupação do general se devia a reuniões anteriores, depois da derrota de Bolsonaro para Lula, em que ele e os comandantes da Aeronáutica e da Marinha teriam ouvido de Bolsonaro planos para implementar medidas como decretos de Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Defesa ou Estado de Sítio.

Ao “enxugar o decreto”, conforme o áudio de Mauro Cid a Freire Gomes antes da reunião entre Bolsonaro e Theophilo no Alvorada, o então presidente teria tornado o texto “mais direto, objetivo e curto, e limitado”.

Segundo Freire Gomes, ele não se lembra de ter ouvido relatos de Theophilo sobre o encontro com o então presidente no palácio.

O general Estevam Theophilo, por sua vez, declarou em seu depoimento à PF que foi ao encontro de Bolsonaro no Alvorada por ordem de Freire Gomes — o militar relatou ter ido, no total, três vezes ao palácio, todas por ordem do ex-comandante. Conforme Theophilo, depois da reunião em 9/12, ele foi à casa de Freire Gomes e contou a ele sobre o conteúdo da conversa com Bolsonaro.

De acordo com Theophilo, a reunião na residência oficial se resumiu a “lamentações” do ex-presidente sobre o resultado das eleições, sem que se tenha tratado de possíveis medidas como decreto de Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Defesa ou Estado de Sítio, previstas nas minutas de teor golpista apreendidas pela PF.

Theophilo também declarou à PF que outros generais foram a reuniões com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada por ordem de Freire Gomes.

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