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Entenda as diferenças entre as pesquisas eleitorais

Pesquisas custam de R$ 40 mil a R$ 400 mil e podem ser feitas presencialmente ou por telefone

atualizado

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Eleitor votando
1 de 1 Eleitor votando - Foto: Divulgação

A 200 dias das eleições de 2022, as pesquisas eleitorais começam a ficar mais frequentes e relevantes na definição de alianças e candidaturas para presidente, governadores e parlamentares estaduais e federais. Os principais levantamentos são feitos por pelo menos cinco institutos, com diferentes métodos e custos.

Na metodologia, a principal diferença é no modo de realização da pesquisa: presencial ou por telefone. O preço sobe à medida que aumenta o número de entrevistas e tem grande variação: pode ir de R$ 40 mil a R$ 400 mil. As pesquisas presenciais são mais caras.

Segundo dados da Justiça Eleitoral, são presenciais as entrevistas das pesquisas MDA, Quaest e Datafolha. A do MDA custa R$ 197,4 mil e entrevista 2002 pessoas. O levantamento da Quaest ouve 2 mil pessoas, ao custo de R$ 269 mil. O Datafolha ainda não registrou pesquisas neste ano, mas em 2018, nas últimas eleições gerais, uma pesquisa do instituto com 4.260 entrevistados custou R$ 398 mil.

Por outro lado, Ipespe, Poderdata e Futura fazem o trabalho por telefone. A pesquisa do Ipespe custa R$ 42 mil e ouve mil entrevistados. A Futura, por seu turno, paga R$ 93 mil para fazer 2 mil entrevistas telefônicas. Essas entrevistas são conduzidas por pessoas. Já o Poderdata faz ligações por robô, ao custo de R$ 103,7 mil para entrevistar 3 mil pessoas.

Em todos os casos, as pessoas entrevistadas são selecionadas aleatoriamente a partir de certas premissas. Entre elas estão o gênero, a idade e a renda. Os levantamentos costumam ser feitos em todas as regiões do Brasil.

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O MDA tem 47% dos entrevistados do sexo masculino e 53% do feminino, mesmos percentuais da Quaest. O Poder está próximo, com 47,1% de homens e 52,9% de mulheres. Já o Ipespe tem 48% de homens e 52% de mulheres. Variações como essa existem também nos outros recortes dos entrevistados.

A ordem das perguntas e até o questionamento sobre o voto na última eleição podem ser fatores decisivos para o rumo de uma pesquisa eleitoral. Em janeiro, a coluna mostrou que uma pesquisa da Futura, encomendada pelo banco Modal, foi questionada por apresentar diferença de cerca de 15% nas intenções de voto, em comparação com os outros institutos.

O cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, citou duas hipóteses para explicar a disparidade entre os levantamentos da Futura e do Ipespe. A primeira é que o levantamento da Futura ouviu mais bolsonaristas do que deveria para ter uma amostra fiel ao eleitorado brasileiro. Essa falta de calibragem seria demonstrada pelo resultado da resposta de voto em 2018 colhido pela Futura, se comparado ao resultado concreto da última eleição presidencial.

A segunda hipótese aventada por Lavareda também se refere à pergunta sobre o voto em 2018. De acordo com o professor, a Futura fugiu da regra e perguntou como os entrevistados votaram em 2018 antes de questionar a intenção de voto para 2022. Procurada, a Futura negou qualquer inconsistência e declarou seguir as normas técnicas.

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