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Disputa por vaga no TRF-1 gera embate entre AGU e petistas

Advogado-geral da União defende procuradora Ana Carolina Roman para o TRF-1, enquanto petistas querem procuradora Michelle Rangel

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
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1 de 1 foto-lula-minuto-silencio-creche-sc - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A escolha para a vaga de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) na cota do Ministério Público Federal (MPF) tem gerado mais uma disputa no governo Lula. O advogado-geral da União, Jorge Messias, e lideranças do PT estão em lados opostos.

Messias defende a nomeação da procuradora Ana Carolina Roman. Petistas, contudo, lembram que Roman elogiou a Lava Jato e abriu inquérito contra Gilberto Carvalho no período em que ele era chefe de gabinete de Lula. Hoje, Carvalho é secretário do Ministério do Trabalho.

O PT deseja que a vaga fique com a procuradora Michelle Rangel, conhecida por defender pautas progressistas e ligadas ao meio ambiente. Um petista próximo a Lula disse que Rangel é mais alinhada com as pautas do governo.

Rangel foi a procuradora mais votada da lista tríplice do MPF, seguida por Roman e Lauro Cardoso, que está fora do páreo. O procurador foi apoiado por bolsonaristas para comandar o MPF em 2019 e trabalhou no gabinete do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, na época da Lava Jato.

(Atualização às 15h30 do dia 28 de abril de 2023: A procuradora Ana Carolina Roman entrou em contato com a coluna e disse que “não expressou, em nenhuma oportunidade, defesa à Operação Lava Jato” e esclareceu que o inquérito contra Gilberto Carvalho foi aberto devido ao não envio de informações requisitadas à 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo sobre a Operação Satiagraha.

“No estrito cumprimento de meu dever funcional, solicitei informações à 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo sobre a matéria, que envolvia apurações no curso da Operação Satiagraha. Como foi excedido o prazo-limite para conclusão do referido procedimento, sem que as informações solicitadas à Justiça tivessem sido enviadas, converti, como determina a norma de regência, o procedimento de apuração preliminar em Inquérito Civil (IC). Por fim, na portaria de instauração do Inquérito Civil, não houve nenhuma apreciação de mérito sobre o caso”, disse Roman.

A procuradora também afirmou que sua atuação no MPF está relacionada à defesa de direitos humanos, contra a discriminação, enfrentamento ao trabalho escravo e ao direito à saúde no período da pandemia. Entre iniciativas ou medidas tomadas por ela que demonstram isso, Roman citou um acordo com as Forças Armadas para cotas raciais em concursos das Forças Armadas e a cobrança para que o governo de Jair Bolsonaro adquirisse vacinas para a Covid-19 para crianças.)

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