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Dani Calabresa sobre assédios de Marcius Melhem: “Fingia que achava engraçado”

Dani Calabresa disse que Marcius Melhem tenta confundir ao divulgar trechos de conversas que tiveram por WhatsApp

atualizado

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Leonardo Hladczuk/Metrópoles
Dani Calabresa
1 de 1 Dani Calabresa - Foto: Leonardo Hladczuk/Metrópoles

A atriz Dani Calabresa detalhou como reagia ao comportamento de Marcius Melhem, ex-chefe do Núcleo de Humor da Globo investigado por assédio sexual e moral. Calabresa rechaçou a tese de Melhem de que ela dava espaço para suas investidas. 

Nesta sexta-feira (24/3), a coluna traz uma entrevista exclusiva com quatro mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual e moral e sete testemunhas que detalham como era o ambiente profissional por ele comandado. Os 11 pessoas que integraram ou integram a área de humor da TV Globo e elas contam, pela primeira vez, as experiências que viveram ao lado do ator.

“Não tem um manual de instrução para lidar com uma situação que te deixa constrangido. Eu lidava com brincadeira, sabe? Ele fala: ‘Tá gata’. Eu ponho: ‘Deus te pague’, ‘É porque você não viu o buço’, ‘Sai tudo no banho, a maquiagem sai’, ‘Obrigada pelo elogio, mas é um amigão”. É piada”, contou Calabresa. 

A humorista disse também que Melhem buscou confundir por meio da inclusão no inquérito policial de mensagens de conversas entre os dois, chefe e funcionária. E disse que as pessoas passam a se identificar como vítimas de assédio à medida que mais casos são denunciados. 

“Tem esse lugar de tentar confundir a opinião das pessoas expondo a gente num tom: ‘Mas ela ria’. Mas tenta se colocar no meu lugar… Eu amava trabalhar nesse ambiente e, para não criar uma briga com o meu chefe, eu fingia que achava engraçado. Eu corto pessoalmente e compenso na mensagem”, afirmou.

“É um discurso para tentar convencer a nossa sociedade, que é machista, que nós somos loucas, vingativas, piranhas, vagabundas. E isso não é verdade! Isso era um ambiente de trabalho. Ele é um chefe. Essa insistência é assédio. Para a gente é um aprendizado usar a palavra ‘assédio’. A gente fala: ‘Ele tá chato. Que tarado! Ele também fica passando a mão em você?’. É difícil a gente usar a palavra ‘assediador’. É difícil a gente chegar nesse estágio, mas acho que quanto mais a gente vai falando, as pessoas vão se identificando”, completou.

Confira trecho da entrevista:

(Colaboraram Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e Natália Portinari)

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