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Crise do PT de SP se espalha por cidades e causa até ordens de despejo

Diretórios de cidades importantes para o PT de São Paulo, como Guarulhos e Campinas, foram alvo de ações de despejo por atrasarem aluguéis

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Manifestante segura bandeira do PT durante Congresso da UNE, em 2023
1 de 1 Manifestante segura bandeira do PT durante Congresso da UNE, em 2023 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A “extrema penúria” que assola o PT de São Paulo, como o próprio partido relatou à Justiça, afetou as finanças de diretórios que a sigla mantém em cidades importantes do estado. Atrasos no pagamento de aluguéis resultaram em ações de ordem de despejo contra as representações petistas de Campinas e Guarulhos. Em Hortolândia, que por anos foi um dos últimos redutos da esquerda no interior do estado, o instituto de pesquisas Vox Populi levou um calote da legenda e recorreu aos tribunais. Já o diretório de São Bernardo do Campo, berço político de Lula, passou a atrasar pagamentos de IPTU com frequência. Tudo às vésperas das eleições municipais.

A coluna revelou, na quarta-feira (31/1), que o diretório estadual do PT de São Paulo é alvo de cobranças milionárias na Justiça e teve recursos do fundo partidário e de doações privadas bloqueados para pagar credores. O diretório também aderiu a um programa de recuperação fiscal para quitar dívidas tributárias com a União.

O cenário não é diferente nas instâncias municipais. No dia 8 de dezembro de 2023, o diretório de Guarulhos tornou-se alvo de uma ação judicial por atrasar quatro aluguéis, totalizando R$ 10 mil. Se não houver o pagamento, o locador pede para a Justiça rescindir o contrato e despejar o partido do imóvel. Recentemente, a cidade foi palco de um barraco entre lideranças petistas. Fundador da sigla, o ex-prefeito Elói Pietá pediu desfiliação, no último dia 24, por não concordar com a escolha do deputado Alencar Santana para concorrer ao pleito de outubro. Pietá disse que o partido Republicano dos Estados Unidos, de Donald Trump, “está mais democrático que o PT” de Guarulhos.

Outro diretório que precisou responder a uma ação de ordem de despejo foi o de Campinas, terceira maior cidade de São Paulo, atrás da capital e de Guarulhos, e que foi governada por ícones do PT, como Jacó Bittar e Toninho. A proprietária do imóvel declarou, em março do ano passado, que o PT lhe devia R$ 14.822 mil em aluguéis atrasados desde outubro de 2022. O diretório local conseguiu evitar a ordem de despejo ao acordar uma redução no valor e o pagamento em seis parcelas. O acerto foi homologado pela Justiça no último dia 13 de janeiro.

Na cidade de São Paulo, onde o PT decidiu não ter candidato à Prefeitura pela primeira vez na história, a dívida ativa do diretório com a União chega a R$ 4,8 milhões a segunda maior entre todos os diretórios estaduais e municipais do PT. A quantia se refere a tributos previdenciários.

Em São Bernardo do Campo, a Prefeitura protocolou diversas manifestações na Justiça que incluem o diretório petista na dívida ativa da cidade. Os débitos dizem respeito a atrasos no pagamento das taxas de IPTU. A consulta mais recente aos dados disponibilizados pela Prefeitura mostra que o diretório deve o IPTU integral de 2023, no valor de R$ 3.550, mas zerou as dívidas anteriores com o município.

Foto de arquivo mostra Lula e dirigentes do PT na construção do diretório municipal de São Bernardo do Campo
Foto de arquivo mostra Lula e dirigentes do PT na construção do diretório municipal de São Bernardo do Campo

Hortolândia, que se notabilizou como um reduto petista entre 2002 e 2018, tornou-se um problema para o instituto Vox Populi. A empresa faz pesquisas para o PT há anos, mas não consegue nem localizar o endereço do diretório municipal para citá-lo numa ação de cobrança. A dívida, referente a serviços da eleição de 2016, chega a R$ 285 mil com a correção do valor inicial (R$ 165 mil) pela inflação.

Já o diretório de Santos sofreu uma penhora de 10% em seu faturamento, em novembro de 2020, que valerá até uma dívida de R$ 50 mil ser quitada com uma gráfica que prestou serviços para um candidato a vereador na eleição de 2020. No passado, o PT teve influência na cidade do litoral de São Paulo e chegou a governá-la por dois mandatos consecutivos, entre 1989 e 1997, mas sua força política minguou na região.

O diretório estadual do PT e a direção nacional do partido não quiseram se manifestar sobre os problemas financeiros das instâncias municipais. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

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