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Sinpro diz que não há condições para volta às aulas presenciais no DF

Diretora do Sindicato dos Professores no DF aponta três problemas. Secretaria de Educação disse que acompanha a curva da pandemia

atualizado

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Myke Sena/Especial para o Metropoles
Violência nas escolas
1 de 1 Violência nas escolas - Foto: Myke Sena/Especial para o Metropoles

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) é contra a volta às aulas presenciais nas escolas públicas a partir do dia 31 de agosto. A diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa disse à coluna Grande Angular que não há condições para o retorno.

“Há três problemas. Primeiro, não temos testagem. Segundo, as escolas não estão sendo preparadas para cumprir com o protocolo. O terceiro, mais grave e determinante que se sobrepõe aos dois pontos, é que a pandemia está em alta. Não há controle da pandemia no DF. Ainda que os dois primeiros pontos fossem cumpridos, não teríamos condições de retorno”, afirmou.

A diretora pontuou que a testagem ainda não começou nos mais de 40 mil servidores da educação pública, conforme estabelecido no primeiro cronograma divulgado pelo governo local. A Secretaria de Saúde do DF decidiu adiar, para a segunda quinzena de agosto, o início dos testes para detecção da Covid-19 entre os profissionais da educação.

Segundo a previsão, os exames seriam aplicados entre os dias 3 e 14 de agosto. Nas duas semanas seguintes, ocorreria ambientação presencial dos professores com formação para os protocolos de segurança nas escolas.

“A área técnica da Saúde, responsável pela testagem, avaliou que é mais eficiente que o procedimento seja realizado em datas mais próximas da retomada das aulas presenciais, o que ainda dará maior segurança a estudantes, professores e demais profissionais que atuam nas escolas”, disseram as pasta da Saúde e da Educação, em nota.

Como mostrou o Metrópoles em reportagem publicada no dia 5 de agosto, o Sinpro-DF pretende entrar na Justiça contra a reabertura das escolas caso o governo não adie a retomada das atividades presenciais na rede pública de ensino.

Morte

A professora da Escola Classe 45 de Ceilândia Valéria Rocha dos Santos, 43 anos, morreu em decorrência do novo coronavírus, na madrugada dessa quarta-feira (12/8).

Valéria era profissional da rede pública do DF desde 1995 e atuava na unidade de Ceilândia havia 15 anos. Segundo a Secretaria de Educação, a professora estava em teletrabalho desde o início da pandemia.

O Sinpro-DF divulgou uma nota da equipe da Escola Classe 45. O texto diz que Valéria “tinha uma grande preocupação: a de que mais vidas poderiam ser perdidas com o retorno presencial das aulas”.

“Preocupação essa de toda a comunidade escolar. Não é hora de voltar e expor mais pessoas ao vírus. Estamos de luto por Valéria e pelas mais de 100.000 vítimas da Covid-19. Neste momento, para nós, fica a dor e a saudade de uma grande amiga e uma profissional reconhecida pelo seu trabalho”, afirma trecho da nota.

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Acompanhamento

A Secretaria de Educação do DF disse à coluna que tem acompanhado a curva da pandemia e que “nenhuma decisão será tomada de forma que prejudique algum estudante”. “Este acompanhamento prosseguirá, conforme os estudantes forem retornando às atividades”, ressaltou.

“A pasta também vem mantendo reuniões regulares com o Sinpro-DF, para ouvir as avaliações da entidade e prestar informações sobre o processo de retomada das aulas”, afirmou a pasta.

Segundo a secretaria, o cronograma para o retorno das aulas presenciais na rede pública de ensino foi elaborado “com base em fatos científicos, cuidados e protocolos, mantendo o escalonamento necessário para um retorno gradual e seguro”. “Os protocolos incluem distanciamento, disponibilização de álcool em gel, uso de máscaras de proteção facial e aferição de temperatura, entre outros”, assinalou.

Ainda de acordo com a pasta, até essa quarta-feira (12/8), 91% das 686 escolas públicas passaram por higienização e desinfecção com hipoclorito de sódio. “A operação começou em 27 de julho e vai prosseguir até o fim do ano, em ciclos. Quando as equipes chegarem à última escola, retornarão para a primeira e assim por diante”, pontuou.

Confira o cronograma de retorno às aulas presenciais na rede pública do DF:

  • 31 de agosto: início das aulas presenciais da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Profissional;
  • 8 de setembro: início das aulas do ensino médio;
  • 14 de setembro: início das aulas dos anos finais do ensino fundamental, incluindo a Escola Parque da Cidade (Proem);
  • 21 de setembro: início das aulas dos anos iniciais do ensino fundamental, incluindo a Escola Meninos e Meninas do Parque;
  • 28 de setembro: início das aulas da educação infantil;
  • 5 de outubro: início das aulas do ensino especial, educação precoce e classes especiais.

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