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Secretaria de Saúde do DF usa seringas de adulto para vacinar crianças

Uma nota técnica da Secretaria de Saúde do DF admite falta de seringas para aplicar vacinas em crianças e orienta uso do item adulto

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Fotografia colorida de profissional de saúde mostrando seringa para criança
1 de 1 Fotografia colorida de profissional de saúde mostrando seringa para criança - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal orientou que a aplicação de vacina em crianças ocorra com seringas para adultos. Especialistas ouvidos pela coluna concordam que a seringa adulta pode machucar os pequenos, já que eles têm fibras e massas musculares menores do que as dos adultos.

Também existe o risco de o líquido ser repelido após a aplicação, de modo que a eficácia do imunizante pode ser prejudicada.

Covid-19: o que se sabe até agora sobre a vacinação de crianças

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Em nota técnica obtida pela coluna, a Gerência da Rede de Frio, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, alega que os três pregões eletrônicos para a compra de seringas de 3 ml, com tamanho de 20×2,5, falharam porque as amostras enviadas pelos fabricantes foram reprovadas. Essas são as seringas ideais para as crianças.

O estoque já estava pequeno, mas reduziu ainda mais após o início da campanha de imunização contra a Covid-19 para o público a partir de 5 anos, em janeiro de 2022, segundo o documento oficial emitido no dia 24 de abril deste ano.

Os gestores da Rede de Frio, que controla o armazenamento de vacinas e insumos para imunização, disseram no documento que as seringas enviadas pelo Ministério da Saúde também não são suficientes para atender a atual demanda infantil.

Sem as seringas destinadas para o atendimento das crianças, a pasta optou por recomendar o uso do equipamento maior, que tem agulha de tamanho 25×6 ou 25×7.

O Ministério Público de Contas do DF investiga o caso. O órgão recebeu denúncia sobre a falta de seringas adequadas para atender a população infantil. À coluna o MPC-DF disse que os fatos são apurados e ainda não há conclusão sobre existência ou não de irregularidades.

À coluna, o Ministério da Saúde disse que, “devido à disponibilidade limitada de insumos no mercado, a pasta flexibilizou o uso de seringas de 3ml, mantendo preservada a orientação da agulha 24G ¾ (20×0,55 mm), estéril para administração da vacina pediátrica, conforme a publicação da Nota Técnica nº 25/2022”.

O outro lado

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que deu treinamentos sobre a técnica de aplicação de vacinas com seringas de 3ml, com agulha de 25×6 ou 25×7, para todas as equipes de vacinação. “Durante o treinamento foi informado que a agulha deve ser introduzida de modo suave e seguro através da pele e do tecido subcutâneo em direção ao músculo.”

A pasta afirmou que “existem processos de aquisição em andamento para a compra de todas as versões de seringas padronizadas pela SES-DF”. “A compra do material de 3 ml 20×5,5 fracassou em três pregões, devido a reprovação nas amostras enviadas pelos fabricantes. Em outro pregão, no final do mês passado, a SES conseguiu habilitar uma empresa para finalizar o processo e aguarda entrega por parte do fornecedor”, assinalou.

Por fim, a Secretaria de Saúde pontuou que o envio de seringas pelo Ministério da Saúde é “apenas para atender a vacinação contra a Covid-19, por se tratar de uma campanha de emergência”. “A pasta segue aguardando programação do órgão federal para o recebimento de novas remessas deste insumo”, ressaltou.

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