A secretária de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, disse à coluna Grande Angular que o caso do aluno de uma escola pública de Ceilândia que presentou professora negra com palha de aço, no Dia Internacional da Mulher, é um alerta para a própria secretaria e às famílias.
“Isso é um alerta para a Secretaria de Educação, de que nós temos que trabalhar, e para as famílias também, porque a tendência é de que as famílias deleguem ao Estado toda a educação dos seus filhos”, afirmou.
“Há ausência da conversa em casa para desconstrução das ideias machistas e de racismo. Na escola, nós precisamos trabalhar mais ainda todas essas temáticas. Então, serve de alerta para a sociedade, para as famílias e para a Secretaria de Educação de que, realmente, a gente precisa trabalhar mais ainda como política pública essas questões todas. Isso precisa ser conversado, debatido e discutido desde a educação infantil”, disse Hélvia.
Sob risos dos colegas, um deles entregou sacola com palha de aço para a professora enquanto era filmado em uma turma do terceiro ano do do Centro de Ensino Médio (CEM) 9 de Ceilândia.
Foto-caso-professora-negra-que-recebeu-palha-de-aço (4)Centro de Ensino Médio (CEM) 9 de Ceilândia, escola onde aluno “presenteou” uma professora negra, no Dia da Mulher, com uma esponja de açoHugo Barreto/ Metrópoles
Foto-caso-professora-negra-que-recebeu-palha-de-aço (1)O episódio ocorreu em uma turma do terceiro ano do Centro de Ensino MédioHugo Barreto/ Metrópoles
Foto-caso-professora-negra-que-recebeu-palha-de-aço (6)Diretor do CEM 9 José GadelhaHugo Barreto/ Metrópoles
Foto-caso-professora-negra-que-recebeu-palha-de-aço (7)Melk Souza, presidente da comissão de igualdade racial da seccional da OAB em Ceilândia e Vice-presidente Bruno CarvalhoHugo Barreto/ Metrópoles
Foto-caso-professora-negra-que-recebeu-palha-de-aço (2)A vítima é professora há 16 anos e começou a dar aulas de português no colégio neste anoHugo Barreto/ Metrópoles
Foto-caso-professora-negra-que-recebeu-palha-de-aço (3)Hugo Barreto/ Metrópoles
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Outros alunos da escola relataram que o presente era uma atitude conscientemente machista e racista contra a mulher negra. No vídeo, a professora de português diz: “Vou aceitar, porque tudo o que vem, volta”. A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA 2), em Taguatinga, vai apurar o caso.
A diretora de Serviços de Apoio à Aprendizagem, Direitos Humanos e Diversidade da Secretaria de Educação do DF, Patrícia Melo, disse que entrou em contato com a Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia, responsável pelas escolas da região, para disponibilizar os serviços de conscientização contra racismo e misoginia.
“Nos colocamos à disposição para uma roda de conversa com professores e alunos para falar sobre a importância de lidar, em todas as esferas, com o respeito ao outro – seja professor ou outro estudante –, independente das crenças, aparência física ou cor da pele”, afirmou Patrícia.
Segundo a diretora, a Secretaria de Educação vai lançar, em maio deste ano, o Guia de Prevenção à Vida em todas as escolas públicas do DF.
