Alguém já disse que a escolha do jogador Bola de Ouro é algo mais ou menos como os concursos de Miss Universo: nem sempre ganha a mulher mais bonita. 

Ontem, a Fifa revelou os 10 finalistas ao prêmio The Best 2021, e, entre os indicados, estão Neymar e Jorginho, o ítalo-brasileiro considerado o melhor jogador da Europa na temporada. 

O período de avaliação para o prêmio é 8 de outubro de 2020 até 7 de agosto de 2021. Em 2020, Neymar também esteve entre os 10 indicados, mas ficou fora do trio finalista, que foi formado por Lewandowski, Cristiano Ronaldo e Messi. O polonês do Bayern subiu no ponto mais alto do pódio.

Este ano o brasileiro novamente não deve pegar nem a “3ª via” – só para usar uma linguagem político-eleitoral, tão especulada pela mídia especializada. 

Aliás, algumas semanas atrás eu cheguei a compará-lo aqui na coluna ao Cabo Daciolo, aquele candidato que entra na disputa com chance zero de ganhar.

Na minha opinião, Neymar mereceu a Bola de Ouro em 2015, quando foi artilheiro e campeão da Champions League com o Barcelona. Não significa dizer que nunca será escolhido como o melhor do mundo. Ainda há tempo para  isso.

Quando Neymar saiu do Santos para jogar na Europa, em 2013, todos nós tínhamos a mais absoluta certeza de que um dia ele seria o “the best”. Inquestionavelmente, talento não lhe falta.

O problema de Neymar é o que ele faz fora de campo e o que deixa de fazer dentro dele. Não existe espaço vazio no futebol. Enquanto passa o tempo preocupando-se com coisas laterais (noitadas homéricas, jogo de poker, badalações virtuais…), seus concorrentes, como Messi, Cristiano Ronaldo, Mbappé, Haaland e Lewandowski, estão obcecados por gols e títulos.

Eu já fiz a minha aposta para o prêmio The Best 2021: acho que chegou a vez do francês Kylian Mbappé. A menos que ocorra alguma trapaça no Miss Universo. 

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