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Cresce a xenofobia contra nordestinos que torcem pelo Flamengo 

Além da agressão que aconteceu em Fortaleza, em Pernambuco também há intolerância contra o que eles chamam de “paraibacas”

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 briga_mane_palmeiras_flamengo - Foto: Michael Melo/Metrópoles

No fim de semana, um cearense que torce pelo Flamengo foi barbaramente agredido no Castelão, pouco depois de o rubro-negro atropelar o Fortaleza por 3×0, na 25ª rodada do Brasileirão. Acentua-se no Nordeste um movimento repulsivo contra as pessoas que, deliberadamente, não torcem pelos times locais. O nome disso é xenofobia, definida nos dicionários como “atitudes e comportamentos discriminatórios que frequentemente culminam em atos de violência”.

A diretoria do Flamengo emitiu uma Nota em defesa do torcedor agredido:

“O Clube de Regatas do Flamengo repudia qualquer tipo de violência. É revoltante que isso ainda aconteça nos dias de hoje. Esperamos que todos os envolvidos na agressão ao torcedor rubro-negro, ontem, em Fortaleza, sejam punidos. Aos rubro-negros do Nordeste, todo o nosso apoio”, diz a mensagem do rubro-negro carioca.

Os dados mais recentes de uma pesquisa feita pela “Sportsvalue” apontam que o Flamengo tem cerca de 20 milhões de torcedores no Norte-Nordeste. Na sequencia estão Corinthians (6,2 milhões), Vasco (4,4 milhões) e São Paulo (3,7 milhões). Só depois é que aparecem os nordestinos Sport (3,2 milhões) e Bahia (3,0 milhões).

Em Pernambuco, por exemplo, torcer por um time do Sul ou do Sudeste é considerado quase um crime. A mídia local até estimula ataques às torcidas organizadas como a “Fla-Recife” e a “FlaNego” (da Paraíba): “Eles são os paraibacas (mistura de paraíbas com babacas)”, dizem os blogueiros revoltados.

A preferência por Flamengo e Corinthians – não apenas no NNE, mas em todo o País – tem a ver com títulos conquistados desde os anos 1980; com ídolos construídos dentro de campo; e também pela maior cobertura que esses clubes recebem (e sempre receberam) da Rede Globo. Faça um levantamento dos jogos transmitidos ao vivo pela TV aberta nas últimas décadas, e você certamente terá as respostas.

Diz a lenda que a Globo é mais Flamengo porque o seu criador Roberto Marinho era flamenguista de carteirinha. Contam muitas histórias sobre o poderoso chefão da emissora do plim-plim. Quero crer que  maioria delas é pura imaginação, como essa que vou contar a seguir.

Roberto Marinho estava no exterior e, curioso pra saber o resultado de um jogo do Mengo pelo Campeonato Carioca, telefonou tarde da noite para a redação de O Globo:

  • Alô, eu queria saber o resultado do jogo do Flamengo…
  • Ah, meu amigo, compre o jornal amanhã que você vai saber – respondeu o redator, sempre mal humorado pelo horário de fechamento.
  • Você sabe quem está falando aqui? – insistiu o dr. Roberto.
  • Sei não.
  • Aqui é o Roberto Marinho.

Ouviu-se um certo “silêncio”, mas o redator foi rápido:

  • E o senhor sabe quem está falando aqui?
  • Claro que não – respondeu o então dono da Globo.
  • Graças a Deus – concluiu o jornalista, antes de desligar e sair de fininho.

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