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Mãe chora ao falar da morte de Ana Clara no show de Taylor Swift

Adriana Benevides conversou com o Fantástico e desabafou sobre a falta de ajuda da T4F. O pai da jovem também contou como recebeu a notícia

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montagem feita a partir de fotos das redes sociais de Ana Clara Benevides e Taylor Swift - Metrópoles
1 de 1 montagem feita a partir de fotos das redes sociais de Ana Clara Benevides e Taylor Swift - Metrópoles - Foto: Instagram/Reprodução

Um momento de felicidade para a filha que se tornou a tragédia de uma família. Após a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, no show de Taylor Swift da última sexta-feira (17/11), os pais da jovem conversaram com o Fantástico, no domingo (19/11).

José Weiny Machado e Adriana Benevides relataram como receberam a notícia e a mãe ainda afirmou que não está recebendo apoio da empresa organizadora do evento, a T4F, para fazer o traslado do corpo da filha.

“O pessoal do show, que montou, não está dando suporte pra gente trazer ela pra casa. Sei que essas coisas nem passam pelos cantores, os artistas nem ficam sabendo disso. Mas a gente queria que eles dessem o suporte, para trazer ela pra casa. Porque, infelizmente, a gente está arcando com tudo. E a minha filha ainda não chegou”, declarou Adriana, que se emocionou bastante durante a entrevista.

A mãe de Ana Clara ainda contou que a filha chamava a cantora de “minha loirinha” e que era um sonho dela ir à apresentação: “Minha filha é o meu anjo. Deus a levou, mas levou ela no momento mais feliz da vida, que era só o que ela queria, era isso. Mãe, se eu não conseguir ir nesse show, eu morro, ela falou pra mim”, contou.

Adriana revelou, ainda, que a responsável pelo show ofereceu apenas assistência psicológica para a família.

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Pai da Ana Clara, José Weiny Machado, relatou como reagiu ao receber a ligação sobre a morte da filha, por volta das 19h de sexta-feira (17/11). Quem fez o contato foi o médico que a atendeu após passar mal.

“Daí eu não ouvi mais nada. Larguei o celular para lá, minha esposa veio falar comigo. Eu saí andando pela rua. Fiquei atônito, não sabia o que fazia. Tentando não acreditar, como até agora tento não acreditar”, detalhou.

E desabafou: “Ainda não está caindo a ficha. É difícil você, porque está vindo buscar a sua filha… E morta. Isso é difícil, difícil, difícil mesmo”.

Os familiares de Ana Clara ainda não sabem o que causou a morte dela e isso só será conhecido após o resultado da investigação da Polícia Civil. Em nota, a corporação informou ao programa que o laudo final ficará pronto em 30 dias.

Já a T4F disse à reportagem que realizou contato com a família de Ana Clara e que continua com o canal de contato aberto. Disse ainda que está à disposição da família para dar toda a assistência.

Detalhes da morte de Ana Clara

Ao invés de emoção e boas recordações do show de sua ídola, um trauma. Foi assim que Nathalia Bieri definiu o fato de ter testemunhado o atendimento de Ana Clara Benevides, que morreu momentos antes da apresentação de Taylor Swift no Engenhão, na última sexta-feira (17/11).

A moça contou que estava na área VIP e estava muito cheio. Após um tempo, a produção do evento retirou os ventiladores que refrescavam o público e a situação começou a ficar insuportável. Nathalia também relatou que a quantidade de água distribuída pelos organizadores era insuficiente e os copinhos estavam quentes.

Pouco antes do show de Taylor Swift começar, ela contou que começou a passar mal: “Estava quente pra caceta, mas estava tudo bem. Aí, demorou quase uma hora entre o show da Sabrina Carpenter e da Taylor e comecei a perder as forças. Foi aí que comecei a sentir minha perna bamba, fiquei me tremendo e começaram a gritar para me tirarem dali”, recordou.

Quando chegou ao ambulatório, ela contou o que viu durante o socorro de Ana Clara: “A Ana estava na minha frente e desmaiou. Os três caras que me socorreram, ajudaram a colocá-la na maca e começaram a preparar para botar o acesso do soro nela”, relatou.

Nathalia lembrou que depois de desmaiar, ser colocada em uma maca e no soro, e voltar a si testemunhou a situação se complicando: “Quando estavam colocando o soro em mim, eu tava olhando pro lado e ouvi assim ‘parada cardíaca’. E começaram a fazer massagem cardíaca. Eram umas oito pessoas, assim, montadas na menina [Ana Clara], tentando reanimar, com ventilador mecânico, botando acesso, dando adrenalina. Foi muito pesado. A amiga dela tava lá, vendo tudo”.

Ela ainda continuou contando como a cena se desenvolveu: “Não sei quanto tempo foi de verdade, mas eu contei pelo tempo de música que estava passando, foram algumas músicas o povo tentando reanimar menina e nada. Não conseguiram reanimar ela dentro do posto de saúde, colocaram ela na ambulância e levaram ela pro hospital”.

A moça ainda relatou, ainda, que já sabia que Ana Clara não estava viva: “Ela já tinha ido a óbito porque dava pra ver pelo pé: ela é negra e o pé dela tava [da cor de] papel. E, além disso, dava pra ver ela ali deitada, um pouco antes da parada cardíaca, já dava pra ver que ela não tava legal. Ela não piscava, o olho dela tava aberto. E, aí, quando deu a parada cardíaca dava pra ver a cor saindo da pele dela. Foi muito pesado”, contou, emocionada.

No fim, Nathalia contou que foi liberada mesmo sem estar 100% porque o ambulatório estava lotando e com fila do lado de fora. Ao sair, ela contou que ainda estava trêmula e viu muitas pessoas desmaiadas. Nos últimos stories, ela desabafou:

“Tudo o que eu consigo pensar agora é que poderia ter sido eu. Chegamos com os mesmos sintomas, mesma situação. Eu fui melhorando com soro, ela não…Poderia ter sido eu”, afirmou, antes de completar: “Mostrando aqui o quão perto da grade eu tava. Ganhei um UNO e um trauma também”.

A notícia da morte

A estudante de psicologia Ana Clara Benevides Machado, 23 anos, morreu na noite dessa sexta-feira (17/11), após passar mal enquanto estava na grade do estádio Engenhão.

A jovem morava em Mato Grosso do Sul e chegou a ser levada ao Hospital Municipal Salgado Filho, após desmaiar e ser atendida no estádio. A causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória.

Ana Clara estava na grade e acabou desmaiando no local. Segundo o enfermeiro Thiago Fernandes, amigo da jovem, ela chegou a ser reanimada no estádio por cerca de 40 minutos, mas, no caminho do hospital, ela teve uma segunda parada e não resistiu.

Pelas redes sociais, muitas pessoas dizem que a TF4, organizadora da turnê, proibiu garrafas de qualquer tipo no Estádio Nilton Santos, e não havia bebedouros. O Metrópoles tentou contato com a organizadora, que ainda não deu retorno. O espaço segue aberto.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou, neste sábado (18/11), que a Secretaria Nacional do Consumidor investigue denúncias sobre a ausência de disponibilidade de água para fãs que participaram ou participarão de shows.

A artista está no país para uma turnê de seis shows pela The Eras Tour. No Rio, onde ela ainda fará dois shows, a sensação térmica registrada nessa sexta chegou a 60ºC. Pelo menos mil pessoas desmaiaram durante o show por causa do calor, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

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