A apresentadora Ana Hickmann, é conhecida por, além da presença na televisão, contar com uma série diversificada de empreendimentos que leva seu nome. Além de perfumes, marcas de roupas e óculos, a artista da Record TV também é dona de uma rede de franquias de depilação a laser. Mas o negócio, que já teve um período de sucesso e rendeu bons frutos financeiros à ex-modelo, parece estar enfrentando tempos sombrios e de extrema dificuldade.

Isso porque várias unidades foram fechadas de forma repentina na cidade do Rio de Janeiro, deixando ex-franqueados e clientes amargando prejuízos. A falta de eficiência do sistema encontra precedentes, uma vez que o mesmo ocorreu com o chamado “Instituto Ana Hickmann” em tempos passados.

Esta modesta coluna, de apenas seis leitores, descobriu que o sistema de franquias da rede de depilação a laser de Hickmann está ruindo. Pessoas que tiveram contato com as franquias da rede revelaram que lhes foram vendidos um sonho falso e deturpado.

Segundo as apurações feitas pela coluna, os problemas remontam a vários fatores. Os franqueados dizem não poder contar com know-how (conhecimentos práticos) ou com o suporte necessário, faltando-lhes a assistência de consultores e de estímulos. Uma das franquias chegou a permanecer no mercado por apenas três meses, tempo suficiente para os seus responsáveis perceberem que o empreendimento era uma “verdadeira furada”.

Descobrimos, ainda, que a situação se tornou tão insustentável que, em determinado momento, a equipe jurídica da rede começou a ser acionada pelos advogados de alguns dos franqueados. A situação teria acendido um alerta na empresa de depilação a laser, de que em algum momento toda aquela situação seria levada ao conhecimento do grande público. Dessa maneira, antes que algum franqueado acionasse a Justiça, a rede decidiu promover rescisões contratuais antecipadas, pegando a todos de surpresa.

Ainda segundo os relatos, alguns franqueados chegaram a ser iludidos com informações de que o local onde a franquia seria instalada era adequado para instalação de um negócio de depilação à laser. No entanto, em pouco tempo, os investidores notaram que o ponto apontado como o “melhor para o negócio se fixar” era completamente inadequado.

Um dos franqueados, segundo as apurações dessa coluna, chegou a ganhar de lucro, após um mês de funcionamento, apenas R$ 800. O prejuízo suportado por outro chegou à casa de R$ 1 milhão.

A situação estaria tão problemática que, atualmente, a compra de uma unidade da Mais Laser vem sob a modalidade de um “combo”. Isso porque, hoje, quem quiser comprar uma franquia do empreendimento ganha, “de brinde”, um Instituto Ana Hickmann.

Algumas das unidades afetadas são as de Copacabana, Recreio e Campo Grande. A situação estaria, ainda, se alastrando para todo o país. Os motivos são os mesmos apresentados pela franqueada do Instituto Ana Hickmann em matéria publicada por esta colunista em julho de 2022.

Ao que parece, se o cenário permanecer o mesmo, não levará muito tempo até que a rede a laser da apresentadora feche todas as suas portas e encerre de vez o negócio.

Em nota enviada à coluna, a franqueadora responsável pela Mais Lazer negou as informações. Leia abaixo, na íntegra:

“A franqueadora responsável pela marca Maislaser esclarece que as alegações em questão não refletem a realidade, que não existe crise na rede e que não pratica a venda combinada com a entrega de outra marca de brinde. A Maislaser foi fundada em 2018 e o sucesso do negócio levou a franquia a conquistar mais de 200 franquias.

Recentemente, a Maislaser foi objeto de reportagens, no qual reflete a realidade do seu sucesso e crescimento, com um faturamento de mais de R$ 150 milhões.

É importante esclarecer que o fechamento das unidades citadas se deu pelo descumprimento dos próprios franqueados em relação às suas obrigações contratuais e/ou má gestão do negócio em si.

Inclusive, com uma das unidades citadas, a franqueadora já tomou as medidas judiciais cabíveis, obtendo decisões favoráveis, no qual o ex-franqueado insiste em descumpri-las, contrariando as decisões judiciais.

A franqueadora esclarece que, no processo de franchising, trata-se de uma replicação de um negócio formatado e testado anteriormente. No entanto, o sucesso de unidade depende muito do esforço e da gestão do próprio franqueado. Por isso, eventualmente, uma unidade ou outra pode não atingir o sucesso esperado e ter de encerrar as atividades, liberando o território para outro investidor.

Em um eventual fechamento, todos os consumidores terão o suporte da franqueadora para a continuidade dos seus tratamentos na unidade mais próxima.

A Maislaser reforça que está atenta e irá tomar as medidas judiciais cabíveis contra eventuais informações falsas ou que não refletem a realidade dos negócios, na tentativa de difamar ou lesar a sua reputação no mercado já consolidada.

A franqueadora Maislaser reforça aqui o compromisso com franqueados e consumidores, zelando pela ética, transparência e respeito com todos nosso público”.