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Associação LGBT+ acusa Neymar de ser favorecido por promotora

A coluna teve acesso com exclusividade aos novos documentos enviados pela associação onde pedem que o jogador pague pelas falas LGBTfóbicas

atualizado

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Antonio Borga/Eurasia Sport Images/Getty Images
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1 de 1 neymar-psg-chelsea - Foto: Antonio Borga/Eurasia Sport Images/Getty Images

O caso envolvendo uma representação aberta pela Associação LGBT+ contra o jogador de futebol Neymar Jr., junto ao Ministério Público, ganhou novos capítulos. Isso porque a medida que pedia a responsabilização do atacante sobre falas consideradas homofóbicas foi arquivada. No entanto, segundo a associação, a promotora que deu a decisão seria amiga íntima do advogado do craque do Paris Saint-Germain.

Para quem não lembra, há alguns anos, um áudio de Neymar conversando com seus “parças” sobre Tiago Ramos, seu ex-padrasto, viralizou. Nele, o jogador chamava o ex-Fazenda de “veadinho” e insultava o rapaz. Na nota enviada ao MP, a Associação LGBT+ disse que “ao se reportar ao namorado da mãe, que é bissexual, ele e o bando, insinuaram, insuflaram, noticiaram, a possibilidade de agredir um senhor gay, inclusive com a introdução de um cabo de vassoura no anus do namorado da mãe”.

Em um novo documento, a associação alega que a afinidade entre a autoridade e o representante de Neymar, ou com o próprio jogador, pode quebrar a imparcialidade que a Justiça exige para tratar de todo e qualquer acontecimento que deva ser julgado.

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Segundo foi afirmado, a família do advogado seria próxima da família da promotora, fato esse que seria de conhecimento da população da cidade em que as mesmas vivem. Diante disso, Neymar poderia estar sendo favorecido por essa relação íntima, sendo excluído de sua responsabilidade de forma incorreta.

Agripino Magalhães, da Associação LGBT+, reafirmou sua vontade em ver Neymar responsabilizado pelos supostos atos LGBTfóbicos. Afirmou no novo documento que o jogador deve, sim, responder pelos crimes que teria praticado. Mais uma vez ele provocou a Justiça para que o craque do PSG seja indiciado, haja vista que os crimes supostamente praticados são graves e o tempo pode fazer com que prescrevam, impossibilitando a aplicação de uma punição.

À coluna, o advogado Angelo Carboni, que representa a Associação LGBT+, deu mais detalhes sobre os novos rumos do caso.

“Esse processo é muito sério. Quando o Neymar falou para os parças que deveriam parar todos os gays, se dirigindo ao namorado da mãe dele, ele insinuou que todos os gays deveriam ser mortos. E foi aberto um procedimento criminal em cima do Neymar e em cima dos parças dele. Os parças começaram a tentar intimidar o Agripino, porque ele era o representante dos LGBTs e que entraram com essa ação. E o que aconteceu? O Ministério Público passou o caso para uma promotora que a família dela é amiga íntima da família do advogado do Neymar. E ela foi e mandou arquivar o processo com relação ao Neymar e mandou manter o processo contra os parças”, explicou.

Ele completou: “Diante dessas impunidades que a gente tem visto no cotidiano, foi feita essa petição pros desembargadores processarem o Neymar de tudo, inclusive pelas palavras homofóbicas que ele falou na oportunidade. Ele não pode ficar impune. Olha o que está acontecendo… Vem o Bruno, da dupla Bruno e Marrone, e também faz um ato absurdo com uma moça trans. A gente pede pro tribunal para pilhar essa gente, processar e, se for o caso, até prender para eles pararem de criar confusão”, declarou.

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