Saiba como os nutritivos microverdes podem fazer milagres para a saúde
Batizada de microverdes, a versão “miudinha” dos vegetais dispõe de alto nível de nutrientes, essenciais para o bom funcionamento do corpo
atualizado
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Não é segredo que alface, brócolis, espinafre, cebola, rabanete, rúcula, aipo, entre outros, fazem bem à saúde e devem integrar as refeições com frequência — recomenda-se que diariamente. Sabe que os vegetais são ricos em diversos nutrientes. Entretanto, não se espante caso encontre em algum supermercado ou hortifruti esses ingredientes em tamanho reduzido, os chamados microverdes. Embora não pareça, a versão “miudinha” dispõe de alto nível de substâncias essenciais para o bom funcionamento do organismo.
Ao saber dos mil e um benefícios dos microverdes, a Coluna Claudia Meireles se tornou adepta do consumo dos vegetais jovens de textura tenra, colhidos entre sete e 21 dias após a semeadura. Em busca de propagar a palavra e as vantagens dos microgreens, vale conversar com os especialistas no assunto, no caso, Marcos Rosetti, Julyana Amaral e João Vitor Gonçalves. O trio de sócios está à frente da Plântula Microverdes, que opera há um ano no DF.
Superalimentos
Focado em notícias de saúde, o site Medical News Today afirma que alguns cientistas descrevem os microverdes como “superalimentos”. De forma adequada, os ingredientes pequeninos devem ser consumidos crus por reterem o conteúdo de vitaminas e minerais. “Há evidências de que alguns podem conter uma concentração mais alta de muitos nutrientes do que as contrapartes maduras e totalmente crescidas”, escreveu o portal em um artigo.
Segundo Julyana, Marcos e João Vitor, os vegetais possuem maior índice de energia e nutrientes na fase de plântula, isto é, a etapa inicial da vida de uma planta. O alto nível de propriedades nutritivas ajudam os ingredientes a se desenvolverem para virarem adultos e se reproduzirem. Por isso, consumir no estágio jovem beneficia tanto a saúde devido a maior concentração de substâncias saudáveis.
O trio de sócios da Plântula garante que o repolho roxo em formato de microverde engloba 40 vezes mais quantidade de vitamina E na composição do que o vegetal na fase adulta. “Existe uma maior concentração de diversos nutrientes que fazem muito bem para a saúde, como antioxidantes, minerais, betacarotenos, vitaminas, polifenóis e outros compostos, além de serem essenciais na prevenção de doenças”, garantem.
Conforme publicado pelo portal Healthline, os teores de nutrientes variam entre os microgreens, entretanto, a maioria tende a ser rica em potássio, ferro, zinco, magnésio e cobre. Como os estudos científicos categorizam os microverdes como superalimentos, quando ingeridos diariamente, os ingredientes contribuem com a prevenção doenças, por exemplo, pressão alta, diabetes e determinados tipos de câncer. Também melhora o sistema imunológico.
Diante da explosão de informações sobre os alimentos em versão mini, já pensou em correr para o supermercado ou hotifruti a fim de comprar os ingredientes? De acordo com Marcus, Julyana e João Vitor, todos podem comer os vegetais em formatos pequenos. “A única restrição é caso a pessoa possua alergia alimentar a alguma espécie de vegetal que está como microverde, algo muito raro”, defendem.
Sabor
Os vegetais “miudinhos” podem ser colocados em saladas, sanduíches, sobremesas, pratos salgados e sucos. “A melhor forma é adicioná-los crus como toppings em qualquer refeição ou prato. Vai trazer mais beleza, saúde e sabor”, ressaltou o trio. Caso opte por comer os ingredientes cozidos, acrescente em sopas, molhos e risotos, sugeriu o portal eCycle voltado a temas de sustentabilidade.
Ao abordar o assunto sabor, vale pontuar que os alimentos em tamanho mini agradam o paladar. “Ao comer um punhado de microverdes, você está ingerindo várias plantas. Em 10 gramas de rúcula, por exemplo, terão mais de 100 rúculas”, esclarecem. Na empresa Plântula, os sócios já testaram em torno de 25 variedades de vegetais, como beterraba, cebola, cenoura, coentro, couve, nabo, repolho, salsa, entre outros.
“Atualmente, comercializamos nove variedades de 25, após mais de um ano de testes de rendimento, resistência a situações adversas no cultivo (temperatura, doenças, pragas) e comprovação do produto com nossos consumidores”, destacaram Julyana, Marcos e João Vitor. O ponto ideal para a colheita dos microverdes é quando a primeira folha verdadeira do vegetal começa a aparecer. Isso ocorre entre sete e 21 dias após a semeadura.
Como cultivar
Aos pais de plantas que desejam tentar cultivar microverdes em casa, as mentes à frente da Plântula fizeram um passo a passo ensinando. Conforme o trio de sócios, o espaço a ser utilizado para a atividade é pequeno. Confira a seguir:
Itens de uso
1 — Use duas pequenas bandeja rasas, sendo uma com furos e outra sem. Os utensílios devem ficar encaixados. “Pode improvisar com bandejas descartáveis de bolo, por exemplo”, indicam.
2 — Um substrato para o plantio. Pode ser uma terra preparada ou fibra de coco.
3 — Sementes orgânicas e sem tratamento químico.
4 — Um borrifador.
Modo de plantar
1 — Após colocar o substrato e nivelá-lo nas bandejas, basta espalhar as sementes de forma uniforme, sem enterrá-las e irrigar com borrifador.
2 — Mantenha a bandeja em um lugar escuro até as sementes germinarem e os brotos crescerem um pouco, de 6 a 10 centímetros, sempre lembrando de irrigar diariamente com o borrifador. Também devem ter elevada taxa de germinação, próximo a 100%
3 — Depois é só deixar alguns dias no sol, colher e saborear.
4 — Plantas da família solanaceae, como pimentão, tomate, jiló e berinjela, não devem ser consumidas como microverdes devido a toxicidade.
Os sócios deixam o seguinte recadinho a quem tentar cultivar os microverdes: “O importante é não desanimar se os primeiros plantios não derem certo. Quanto mais plantar e estudar sobre o cultivo, mais conseguirá aprimorar os processos e obter melhores resultados”. De acordo com o site Medical News Today, a vida útil dos pequenos ingredientes varia de 10 a 14 dias após a colheita.
Sobre o trio de sócios da Plântula
Marcos Rosetti é agricultor familiar e está prestes a se formar em ciências ambientais pela Universidade de Brasília (UnB). Já Julyana Amaral tem a graduação de cientista ambiental, além de trazer no currículo a especialização de técnica em controle ambiental pelo Instituto Federal de Brasília (IFB). Os primeiros cultivos de microverdes começaram por meio de João Vitor Gonçalves em uma estufa caseira.
Ao conhecerem o espaço de João Vitor, Marcos e Julyana resolveram unir forças para se lançarem juntos no segmento com a finalidade de transformá-lo em um negócio. Assim surgiu a Plântula Microverdes. “O aprendizado diário e o alcance de nossos produtos, atualmente presente nos principais nomes da alta gastronomia brasiliense, nos trazem uma motivação para aprimorar os processos e expandir nosso trabalho”, enfatizam.
“Poder conciliar o cultivo de microverdes com o uso e conservação do nosso querido bioma, o Cerrado, na nossa chácara, compartilhando conhecimento e conscientização ambiental, torna tudo ainda melhor”, finalizam os sócios da Plântula.
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