Atriz, socialite, princesa e estrela do jetset dos anos 1970 são algumas das atribuições dadas a Ira Von Furstenberg, falecida nessa segunda-feira (19/2), aos 84 anos. Filha do príncipe austro-húngaro Tassilo Fürstenberg e de Clara Agnelli, irmã de Gianni Agnelli (fundador da Fiat), a herdeira teve a vida marcada pelas conturbadas histórias de amor e pela relevante carreira no cinema.

Nascida em Roma, em 17 de abril de 1940, Virginia Carolina Theresa Pancrazia Galdina zu Fürstenberg era uma figura charmosíssima, considerada um dos ícones sensuais dos anos 1960. Seu rosto ficou conhecido graças a um papel no filme A Fabulosa Clínica do Dr. Tersilli (1969), atuando ao lado do conde Giovanni Nuvoletti, então companheiro de sua mãe, Clara.

A estrela italiana foi casada com o príncipe espanhol Alfonso di zu Hohenlohe-Langenburg, com quem teve dois filhos, Christoph (1956-2006) e Hubertus (1959). O último, inclusive, já esteve com a colunista Claudia Meireles em uma festa de Réveillon no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, nos anos 1990.

Mais tarde, casou-se novamente com o playboy Francesco “Baby” Pignatari, famoso pelo comportamento bon vivant e por acumular conquistas ao redor do mundo. Ele era neto do conde Matarazzo, migrante italiano que construiu um império econômico no Brasil.

Primeiros anos

Ira Von Furstenberg passou a infância na Suíça durante a Segunda Guerra Mundial, depois na Villa Fürstenberg, no Terraglio, estrada que liga Veneza a Treviso, na Itália. Após a separação dos pais, ela foi conduzida a um internato na Inglaterra.

Um de seus irmãos, o príncipe Egon von Fürstenberg, foi casado com a estilista Diane von Furstenberg.

Bem jovem, aos 14 anos, a princesa foi modelo do estilista Emilio Pucci, que era amigo da família. E foi nessa mesma idade que ela chegou a ser prometida ao príncipe Alfonso. Ele, aliás, era herdeiro de propriedades na Espanha e no México.

Eles selaram a união em 1955, em Veneza, quando ela tinha ainda 15 anos.

Aventuras de amor

Uma polêmica marcante envolvendo o nome da atriz foi quanto ao seu casamento com Alfonso di zu Hohenlohe-Langenburg, no qual ele descobriu a traição da esposa e apresentou queixa por adultério. À época, o ato ainda era crime para mulheres e foi punido com dois anos de prisão tanto para ela quando para o cúmplice. E foi aí que começou a longa batalha pela guarda dos filhos. No fim das contas, o príncipe espanhol retirou a queixa em troca da custódia dos dois.

A socialite se casou com “Baby” em janeiro de 1961, em Reno, Nevada, chegando a se mudar para São Paulo, no Brasil — onde residiu em uma mansão extraordinária e frequentou eventos sociais dos mais prestigiados. Mas já no ano seguinte, a união começou a desandar. Foi quando, em janeiro de 1964, eles se divorciaram. E, somente em 1969, ela obteve a anulação do primeiro casamento.

Após o divórcio — e com apenas 25 anos —, a herdeira da Fiat entrou no universo do cinema, e o nome por trás dessa ideia foi o produtor Dino de Laurentiis. Entre 1960 e 1980, ela participou de 28 filmes, incluindo O incomparável espião (1967), O roubo das joias sagradas (1968), Cinco bonecas pela lua de agosto (1970) e O quinto dedo (1971).

No Brasil, Ira atuou na novela Na idade do lobo (1972), dirigida por Walter Avancini, e nos filmes O amante de minha mulher (1979), de Alberto Pieralis, e Desejo selvagem, de David Cardoso.

Nos últimos anos, a princesa abandonou a indústria cinematográfica e passou a se dedicar à realização de obras de arte com pedras duras.

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