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De X-Men a Netflix: Henry Zaga fala da carreira em conversa exclusiva

O artista falou sobre a rotina nas gravações, novos projetos, sua relação com Brasília e entre outras curiosidades

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Desenhada pelas habilidosas mãos de Oscar Niemeyer e Lucio Costa, Brasília vai além da sisudez da Praça dos Três Poderes. A capital pulsa, também, na esfera cultural. Daqui, saíram artistas que se consagraram em todo o país e no mundo. Berço esplêndido, o Distrito Federal moldou a história de nomes diversos, inclusive nas artes cênicas. Um deles é exemplo recente – e  parece longe de parar.

Estamos falando de Henrique Gonzaga, ator que nasceu no quadradinho do DF e que ganhou destaque no cinema internacional. Conhecido mundialmente pelo nome Henry Zaga, os 26 anos, o brasiliense coleciona importantes papéis em filmes, como Cherry Pop e XOXO, ambos de 2016. No currículo, ainda acumula participação no elenco de séries famosas, a exemplo de Teen Wolf (2015) e 13 Reasons Why (2017).

A última aparição foi como Luka Novak, personagem de Trinkets (Gatunas, no Brasil), produção que chegou a ocupar a 15ª posição mundial da Netflix. Os próximos lançamentos prometem agitar a indústria cinematográfica ainda este ano: o filme X-Men – Os Novos Mutantes, no qual Henry interpreta o mutante brasileiro Roberto da Costa, o Mancha Solar; e Looking For Alaska, série prevista para outubro.

A coluna conversou com o ator brasiliense sobre a rotina nas gravações, novos projetos, sua relação com Brasília e outras curiosidades. Confira:

Como surgiu sua paixão pelo teatro?

Quando era criança, minha mãe levava eu e minha irmã (Fernanda) ao Teatro Mapati, na Asa Norte. Também íamos para a casa da minha tia-avó e, juntos aos meus primos, fazíamos uma peça para apresentar ao final do dia. Eu e minha irmã éramos os coordenadores. Isso marcou muito a minha infância. O teatro instiga a inspiração e a criatividade.

Durante minha vida escolar, fiz um pequeno intercâmbio para a Inglaterra. Lá, eu tive a certeza de que eu não queria morar mais no Brasil. Assisti a muitos filmes, mas ainda não tinha o contato com o teatro. Quando voltei ao Brasil, pedi aos meus pais que me mudassem de escola para aprimorar meu inglês. Então, fiz o ensino médio na Escola Americana de Brasília e, no primeiro ano, entrei no teatro do colégio. Logo participei do Hair Spray. Foi aí que um gigante acordou dentro de mim.

 

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Pipoca. Nossa amizade só cresce a cada ano.. O resto nóis já falô por uma hora de FaceTime hoje. Amo muito você malinha. Deus te abençoe @fernandagonzaga @booksbyfg

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Quando você deu o primeiro passo em direção ao cinema?

Após a formatura da escola, me mudei para a Flórida para cursar Business. Aprendi muita coisa, assisti ao máximo de filmes possíveis, estudei a história do cinema e apliquei em uma faculdade de Artes Cênicas em Los Angeles. Por fim, chamei meus pais para jantar e anunciei que queria ser ator. Entrei na New York Film Academy, que tem sede em Los Angeles. No final do primeiro ano, fiz uma peça de teatro. Nessa apresentação, minha atual agente me abordou e quis me enviar para uns testes. Consegui um papel bem rápido em um filme.

O teatro instiga a inspiração e a criatividade.

Henry Zaga

Como foi o processo de escolha do seu nome artístico?

Eu escolhi. Eu amo meu nome de batismo, mas ele tem toda uma bagagem por trás: Henrique, que nasceu em Brasília. Já o nome Henry Zaga permanece com a minha identidade, mas me dá a independência de ser “de outros lugares”.

Onde você mora atualmente?

Eu moro em Los Angeles, mas nós, atores, somos meio “nômades”. Ficamos em lugares diferentes de acordo com o projeto. No momento, estou em Luisiana e sigo até final de julho. Voltarei para LA, mas de outubro a março do ano que vem vou morar em Vancouver, no Canadá, por conta de um novo projeto.

Como foi poder participar série Trinkets (Gatunas)?

Eu admiro muito a autora (Kirsten “Kiwi” Smith). Ela escreveu 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você e Legalmente Loira. Ela é muito talentosa e isso me chamou a atenção no momento em que eu recebi o teste para o projeto. O Luka, meu personagem, não existe no livro. Ele foi adicionado na narrativa para a Tabitha Foster ter um final feliz. Luka é complexo, é dono de uma bagagem emocional muito grande, se faz de difícil, teve pais negligentes, e isso enriqueceu muito o personagem.

A experiência nas filmagens foi ótima. Portland é um lugar realmente interessante, cheio de lojinhas independentes, meio “indie”. Todo mundo se deu bem no elenco. Nós não esperávamos esse resultado. Achávamos que teria um público-alvo menor, pois esse é um projeto que tem seu próprio charme, é mais honesto, e conta com uma fotografia mais pálida. Mas foi bem recebido pelas pessoas.

Como está seu ciclo de amizades? Tem amigos artistas?

Tenho muitos colegas de profissão. Tive uma grande oportunidade de conhecer pessoas novas. Fui fazendo amizades dentro dos sets. Mas há os bons e velhos amigos em Los Angeles também. Sou próximo de Brandon Butler. Saímos bastante e um ajuda o outro nos testes. Ele é gente fina.

A brasileira Alice Braga também é atriz em X-Men. Como é sua relação com ela?

Ela é uma das pessoas mais queridas que eu já conheci. Quando ela entra em um lugar, todo mundo sorri. A Alice traz alegria. Quando eu vi o nome dela na participação do filme, pulei de alegria. A gente troca mensagem. Ela é querida, agregadora e amada por mim.

Qual trabalho mais marcou sua carreira?

A participação em X-Men. Estou super ansioso desde quando entrei no set pela primeira vez. O projeto me marcou muito porque conta com um personagem brasileiro que já existia nos quadrinhos. Tive que honrar tudo o que estava ilustrado, fazendo o dever de casa e entrando na “tonalidade” do projeto, que é diferente dos quadrinhos.

Foi um desafio bem grande, pois tive que mudar meu corpo para ficar mais forte. O projeto me fez crescer como ator.

Me fale um diretor e um ator que você admira. 

Se for para escolher um diretor, o Christopher Nolan. Acho os filmes dele criativos e bem feitos. A fotografia é perfeita e ele sabe escrever como ninguém. Ele produz junto ao irmão, Jonathan Nolan, e eu acho essa camaradagem bem bacana. Todos os filmes que eles fazem me impactam de uma maneira diferente.

De ator, o Christian Bale. Ele se doa aos personagens. Acho esse sentimento muito bonito.

 

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Você se sente realizado com a vida de ator?

Eu não poderia estar mais feliz! Estou atingindo sonhos que eu nem sabia que tinha. Recentemente, consegui escrever um roteiro, que foi um outro sonho meu. Estou em um momento da vida em que eu sei mais quem eu sou como artista. A cada ano que passa, sinto que fico melhor. Aprendo mais, trabalho com pessoas que eu admiro. Não tenho nada a reclamar, só agradecer a Deus pelas oportunidades que eu tenho tido.

Quais projetos você ainda deseja realizar?

Tenho vontade de fazer esse roteiro virar realidade, filmá-lo no Brasil. Se Deus quiser, no ano que vem. E produzir projetos que eu amo, com roteiros de importância cultural grande. Até para ver a atuação de outro ângulo, com outros olhos.

Como está sua rotina?

Tem sido bem balanceada. O ritmo de filmagem é bem puxado, mas quando tem folga, são três ou quatro dias para descansar e estudar cenas. Eu adoro essa rotina. Tenho trabalhado bastante. É aquele ritmo: set – chegar em casa – dormir – acordar – ir para o set de novo.

Em Los Angeles, você se sente em casa?

Sim, tanto em LA, quanto em Brasília. Em Brasília, é um sentimento diferente. Vejo meus amigos de infância, minha família e as pessoas que tenho carinho. É uma cidade que eu amo tanto. Los Angeles também me trouxe muita felicidade. Tenho feito amigos e assim fui criando minha vida, em um país que me proporcionou a carreira que eu quis.

O que você mais sente falta de Brasília?

Gosto muito da cidade em si, principalmente do jeito que ela foi planejada. Curto sair para os barzinhos, andar pelas quadras e da forma de ser do brasileiro: caloroso. Isso me dá muita saudade.

 

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