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Como não depender da força de vontade para ser aprovado em concursos

Entenda como o esforço pessoal pode ser mais bem aproveitado na preparação para as provas

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Paciência e otimismo
1 de 1 Paciência e otimismo - Foto: iStock

O concurseiro encontra ao longo do caminho o desafio de dispor de uma quantidade significativa de energia para conseguir se dedicar aos estudos. Em alguns dias funciona, em outros, é derrotado pela falta de disposição para a tarefa. Para reverter o quadro, lança mão da força de vontade para continuar a jornada em direção à aprovação e, em muitos casos, fracassa.

Os especialistas em psicologia comportamental descobriram que a força de vontade é como uma reserva limitada de esforço para impulsionar atitudes ou gerir o autocontrole individual. Diante do grande volume de decisões tomadas ao longo do dia, esse estoque é consumido e transforma cada escolha em um trabalhoso processo mental.

Por essa razão que, quando não há processos decisórios previamente estabelecidos – como um planejamento de estudos determinando o que estudar e por quanto tempo –, ao chegar ao final do dia, o dilema entre assistir televisão ou estudar se torna um conflito. E, para sair dele, é necessário um esforço extra para que a opção de se sentar diante dos livros seja vencedora.

Força de vontade não funciona

Apesar desse entendimento, pesquisas mais recentes passaram a questionar o mito de que apenas a vontade pessoal seja suficiente para promover mudanças de comportamento necessárias para ter a vida desejada ou executar um projeto de maior magnitude, como o enfrentado por concurseiros. Até então, a ideia defendida era a de que, para mudar o comportamento, o caminho seria alterar seus objetivos e sua mentalidade, o que não tem surtido o efeito almejado na grande maioria dos casos.

Partindo dessa nova perspectiva de tratar a estratégia como mito, o psicólogo organizacional Benjamin Hardy escreveu o livro Força de Vontade Não Funciona (Editora Leya). O americano explica que apenas um pequeno grupo de comportamentos se altera ao se focar em objetivos e atitude, como falar em público. Para ele e os cientistas que consultou, o caminho não funciona porque as ações individuais estão totalmente ligadas aos fatores ao seu redor, o que chama de ambiente externo.

Isso quer dizer que, sem criar um contexto favorável para a execução de alterações almejadas, a possibilidade de fracasso da motivação é muito grande. Dessa maneira, a proposta ao longo da obra é esclarecer as razões pelas quais não adianta sobrecarregar o indivíduo de responsabilidades e direcionar o esforço para gerar um ambiente positivo, alinhado com os objetivos desejados.

Clareza e proteção do objetivo

Hardy amplia o conceito exterior incorporando tanto o espaço físico como os objetos, recursos tecnológicos e as pessoas. Um de seus exemplos diz respeito ao desafio de ter e manter uma alimentação saudável. Para fazer funcionar, sugere que não existam alimentos fora deste perfil em casa ou no lanche do trabalho. Seguindo a mesma linha, defende a promoção de uma limpeza nos aplicativos do celular, propondo até a exclusão de redes sociais, caso seja necessário para o autocontrole.

Para ele, permanecer em circunstâncias que são contrárias às regras pessoais elaboradas em função da produtividade implica em adaptar-se ao que é ruim ou estabelecer um cenário de luta constante, esgotando a força de vontade diariamente. Em contrapartida, ao alterar os aspectos externos, auxilia-se na execução de decisões mais proveitosas e construtivas.

Fim do círculo vicioso

Além da reflexão sobre o mito da força de vontade, o psicólogo explora alternativas para solucionar os dilemas e desafios. Todas eles levam em consideração o aumento da consciência pessoal, respeitando as limitações humanas. Uma delas tem aplicação bastante prática aos concurseiros: a alternância entre momentos de alta dedicação com momentos de descanso e relaxamento absolutos.

Por meio de exemplos, ele explica que determinar um período – adaptado à realidade de cada um – de maior estresse produtivo, com foco e grande concentração, seguido de outro de mesma duração, ou até mesmo maior, de folga gera bons resultados. A primeira parte já é conhecida pelos candidatos. Entretanto, nem sempre é feita de forma sistematizada, e muito menos inclui o tempo necessário para restabelecer as energias.

Recorrer à ajuda de outras pessoas para melhorar o desempenho é outro ponto que beneficia os candidatos. O compromisso social e a conexão de um grupo contribuem para a motivação individual e a execução de projetos, como o de estudar para os concursos públicos. Infelizmente, o isolamento social ainda é a opção mais usada e, por vezes, defendida.

Em conjunto, as pessoas agem como suporte e alimentam uns nos outros a força necessária para que o desafio seja alcançado com sucesso. As decisões se tornam mais consistentes e a execução, mais efetiva.

Além da boa reflexão sobre o tema, o livro é um meio de usar o tempo de relaxamento para conhecer soluções de tornar o período de estudos um caminho mais curto para aprovação.

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