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O que querem os deuses de Game of Thrones?

A realização das profecias na série de HBO sugere que todos os personagens são meros escravos do destino

atualizado

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HBO/Divulgação
Winterfell
1 de 1 Winterfell - Foto: HBO/Divulgação

Como se viu no episódio mais recente de Game of Thrones, O Último dos Starks, a terra de Westeros tem algumas coisas que simplesmente não interessam muito aos roteiristas: lobos do Norte, tecnologia cafeeira e a população plebeia.

O escopo da série se limita ao que o título faz alusão, a disputa pelo poder. O trabalho de George R. R. Martin, que guiou a trama ao longo de cinco temporadas, fez questão de chocar com a imprevisibilidade deste jogo sujo. Nenhum personagem estava a salvo da morte, e ser imbatível no campo de guerra não blindou ninguém dos cortes vindos de íntimas traições.

Vale relembrar que a série se desliga dos livros no final da quinta temporada, com a morte de quem seria um de seus personagens principais, Jon Snow. Impulsionados para frente pelas demandas do mercado televisivo, os showrunners David Benioff e D.B. Weiss começaram a decidir os rumos do jogo por conta própria.

A primeira decisão? Reanimar o corpo frígido de Snow, desfazendo portanto a última decisão publicada pelo criador deste universo. Seria um indicativo das futuras queixas dos fãs que aguardam, daqui a uma semana, um desfecho impossível de satisfazer sua sede.

A ressurreição de Jon e, indiretamente, a de Beric Dondarrion, ambas aconteceram pelo poder do Senhor da Luz, nas mãos da feiticeira Melisandre. Sua explicação: os dois ainda têm um papel a cumprir nos planos do Deus seguido por ela

(Dondarrion, nos parece, cumpriu sua missão ao proteger Arya e Melisandre quando o Rei da Noite finalmente foi derrotado. Jon, parece, ainda tem algo a fazer.)

Mas isto traz uma complicação nova para a história. Se as profecias dos deuses estão sendo cumpridas, será o destino a força maior de Westeros? Quem são estes deuses e o que eles querem?

Em Rei Lear, o dramaturgo William Shakespeare externalizou esta dúvida num verso famoso: “Como moscas para crianças travessas somos nós perante os deuses. Eles nos matam para se divertirem.” Atualmente, várias religiões aparecem na série (para um descritivo completo, clique aqui).

Até hoje, não foi prioridade da produção esclarecer esta dimensão, embora ela esteja presente desde o começo, passando pelas Crianças da Floresta e a criação do Rei da Noite e ainda pela seita do Alto Pardal. Estão estes deuses resolvendo suas desavenças pelos atos dos cidadãos de Westeros? Eles, de fato, existem?

Se tudo o que os personagens que acompanhamos há oito anos foi predestinado pelos deuses de Westeros, não deveríamos tê-los acompanhado há algum tempo? A essa altura, estamos todos, como espectadores, relegados ao papel de Bran, sabendo tudo que aconteceu no passado e sem poder mudar nada do que está para acontecer, visto que está tudo decidido. Talvez venha daí a nossa irritação com o Corvo de Três Olhos…

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