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Brincando com Fogo: reality promove reflexões sobre sexo casual

Feita pela Netflix, a série reúne solteiros em uma casa, com uma unica regra: não pode haver contato físico sexual

atualizado

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Capa do Reality show Brincando com fogo
1 de 1 Capa do Reality show Brincando com fogo - Foto: Divulgação

O novo reality show da Netflix, Brincando com Fogo virou assunto nas redes sociais. O programa, lançado há poucas semanas, reúne na mesma casa participantes solteiros — a maioria heterossexual — que são descritos como “atraentes”: homens altos e malhados e mulheres magras, de cabelos longos e que estão sempre maquiadas.

Na apresentação inicial, todos se descrevem como pessoas que têm uma vida sexual ativa e garantem não ter dificuldade para conquistar pessoas do sexo oposto. Uma vez inseridos na casa, eles são avisados, no entanto, de que não poderão fazer sexo, beijar e nem mesmo se masturbar ao longo de quatro semanas.

Se alguém quebra as regras, o valor do prêmio final do prêmio final de todos os participantes é rebaixado.

O reality parte da premissa de que o sexo sem intimidade tornaria as relações descartáveis e por isso incentiva que os homens e mulheres do jogo se conheçam mais profundamente antes de se envolverem fisicamente.

Na vida real, sexo logo de cara ajuda ou atrapalha?

Na visão da psicóloga organizacional e clínica Lívia Marques, é impossível responder à pergunta sem levar em conta o entorno social. Transar logo no primeiro encontro é um hábito que tende a ser encarado de forma diferente por homens e mulheres.

“A mulher pode sentir mais medo de ser julgada. Mesmo aquelas que se consideram mais ‘desconstruídas’ podem ser atingidas por essa insegurança, pois se trata de uma crença enraizada na nossa sociedade”, explica. Enquanto caberia aos homens conquistar, às mulheres caberia uma atitude mais passiva, de ser conquistada.

“É algo a ser mudado. Todos temos que ser livres para ter relações sexuais com quem quiser, quando quiser”.

Sexo não impede o casal de se conhecer melhor

Para Livia, ao contrário do que prega o programa, o envolvimento físico não é um impeditivo para a continuidade das relações amorosas. “Se um casal transa no primeiro encontro, isso não significa que irá cortar o contato ou que uma das partes perderá o interesse. Nada impede que ambos continuem se conhecendo, encontrando pontos em comum, saindo e dialogando”, diz.

“O que é necessário para isso acontecer? Disponibilidade emocional. Se uma ou ambas as partes não estão dispostos a ir mais fundo, adiar o momento do sexo não faz o outro “virar a chave” e ficar mais interessado. É preciso uma mistura de química com abertura para que o envolvimento possa evoluir”, aponta a profissional.

“Esta geração vive o que chamamos de ‘relações líquidas’. Muitas vezes os romances são fluídos demais, com vínculos que podem se romper com facilidade”, opina a psicóloga.

No programa, é possível notar que alguns dos participantes preferem viver somente relações casuais porque têm medo de se magoar, uma vez que já sofreram algum tipo de desilusão no passado.

Para Livia, falta entender que nem todo tipo de apego é negativo. “Quando as pessoas envolvidas compreendem a importância da individualidade e colaboram para o desenvolvimento de uma relação saudável, não há problema em mostrar as vulnerabilidades para o outro e que a decepção faz parte do crescimento”, finaliza.

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