metropoles.com

Nicolas Ghesquière se manifesta contra Donald Trump. Entenda!

Recentemente, o presidente norte-americano inaugurou uma fábrica da Louis Vuitton no Texas. A notícia desagradou o estilista

atualizado

Compartilhar notícia

Stephane Cardinale – Corbis/Corbis via Getty Images
Louis Vuitton : Runway – Paris Fashion Week – Womenswear Spring Summer 2020
1 de 1 Louis Vuitton : Runway – Paris Fashion Week – Womenswear Spring Summer 2020 - Foto: Stephane Cardinale – Corbis/Corbis via Getty Images

Na última semana, o mandatário norte-americano Donald Trump se juntou ao presidente e CEO do grupo LVMH, Bernard Arnault, para inaugurar uma fábrica da Louis Vuitton nos Estados Unidos, no Texas. Em meio a críticas e boicotes, a notícia não agradou a um dos principais funcionários da marca de luxo francesa. Diretor artístico da linha feminina de prêt-à-porter, Nicolas Ghesquière se manifestou contra o republicano por meio de um post no Instagram, publicado nesse domingo (20/10/2019).

Vem comigo entender o caso!

Ghesquière deixou claro que não quer ser associado ao político norte-americano. Pela rede social, o designer francês escreveu: “Coloco-me contra qualquer ação política. Sou um estilista que recusa esta associação”. Aproveitou, ainda, para usar as hashtags #TrumpIsAJoke (Trump é uma piada, em tradução livre) e #Homophobia (homofobia).

A imagem, por sua vez, é a capa do single High Energy, da cantora Evelyn Thomas, lançado em 1984. Até a última atualização deste texto, o estilista havia bloqueado os comentários da publicação. Contudo, antes de ele adotar tal medida, personalidades da indústria demonstraram apoio.

Segundo o WWD, a modelo Teddy Quinlinvan teria comentado: “Obrigada por ficar no lado certo da história”.

Giambattista Valli, Julien Dossena (da Paco Rabbane) e a própria diretora criativa de acessórios da LV, Camille Miceli, também apoiaram a iniciativa, de acordo com o jornal The New York Times. A grife e a holding LMVH, por outro lado, não se posicionaram a respeito do assunto.

 

Pascal Le Segretain/Getty Images
Nicolas Ghesquière é o diretor artístico da linha feminina de prêt-à-porter da Louis Vuitton

 

Stephane Cardinale - Corbis/Corbis via Getty Images
Desde junho, o terceiro ateliê de artigos de couro da marca francesa está funcionando nos Estados Unidos

 

Divulgação/Louis Vuitton
Na última quinta-feira (17/10/2019), o grupo LVMH inaugurou a fábrica e contou com a presença do presidente norte-americano, Donald Trump

 

A nova fábrica de artigos de couro nos EUA fica na zona rural de Alvarado, no Condado de Johnson, foi aberta em junho. Durante o evento de inauguração, na última quinta-feira (17/10/2019), Bernard Arnault disse que o espaço de 100 hectares vai gerar 1.000 empregos em cinco anos. O investimento foi de US$ 50 milhões.

Para Arnault, a novidade sinaliza a força dos negócios do grupo LVMH no país, que totaliza 25% das vendas do conglomerado. “Isso mostra dois compromissos: um, o compromisso da LVMH com o mercado americano; e dois, o compromisso do presidente Trump com o trabalhador americano”, discursou o empresário.

A relação do executivo com o político vem dos anos 1980, período em que ele morou nos Estados Unidos com objetivo de empreender. “Não estou aqui para julgar nenhum tipo de política, estou aqui para trabalhar com minha marca”, ponderou.

“Louis Vuitton é um nome que conheço muito bem, me custou muito dinheiro ao longo dos anos ”, brincou Donald Trump. Na opinião dos internautas, no entanto, o presidente americano não conhece tão bem assim. Muitos notaram o fato de ele pronunciar o nome da grife de maneira errada várias vezes. A situação rendeu memes, com direito a sátiras dos perfis Diet Prada e Siduations.

Um vídeo do Diet Prada, por exemplo, compila cinco momentos em que o republicano falou “Looey Vootton”. Em seguida, a personagem Miranda Priestly (O Diabo Veste Prada, 2006) comenta: “Estúpido. Decepcionante”. Já o Siduations fez uma montagem do mandatário dos EUA como um vendedor de bolsas falsas, negociando um modelo da LV.

View this post on Instagram

It’s a VOOTON ? #louisvooton #vooton #siduations

A post shared by sidney (@siduations) on

Depois de boicotar a marca de Ivanka Trump (filha do presidente), que acabou fechando, a campanha Grab Your Wallet (Pegue sua carteira) acrescentou a Louis Vuitton à lista de marcas a sofrerem boicote. A iniciativa foi criada em 2016, com objetivo de rechaçar empresas com ligação com o político norte-americano.

Tom Pennington/Getty Images
Donald Trump cortou a fita da inauguração da nova fábrica da LV nos Estados Unidos

 

Sergei KarpukhinTASS via Getty Images
“Não estou aqui para julgar nenhum tipo de política, estou aqui para trabalhar com minha marca”, disse o CEO do grupo LVMH, Bernard Arnault

 

Ron Jenkins/Getty Images
Filha do presidente norte-americano, Ivanka Trump teve que fechar sua própria grife após queda nos lucros e boicote do grupo Grab Your Wallet

 

Além de Trump, participaram do encontro Ivanka Trump e Jared Kushner, filha e o genro do presidente, respectivamente; Alexandre Arnault, filho de Bernard Arnault; Michael Burke, presidente e CEO da LV; e secretários de gabinete dos EUA e outras autoridades, como informou o WWD.

Com a abertura da nova fábrica, Arnault cumpre uma promessa feita em janeiro de 2017 a Trump, quando assegurou que faria mais investimentos nos Estados Unidos.

No país, a LV já tem outros dois ateliês de artigos de couro, localizados na Califórnia, que produzem apenas para o mercado norte-americano. Só na França, são 16, com mais um na Itália e três na Espanha.

A fábrica no Texas foi batizada de Rochambeau Ranch. O nome é uma homenagem ao marechal Jean-Baptiste de Rochambeau, responsável por liderar as tropas francesas durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos.

 

Colaborou Hebert Madeira

Compartilhar notícia