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PDT a um passo de embarcar na candidatura de Eliana Pedrosa (Pros)

Na última quarta-feira (1º/8), a candidata ao Buriti conversou com membros do partido sobre apoio, o que contraria interesses de Rollemberg

atualizado

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Hugo Barreto / Metrópoles
eliana pedrosa
1 de 1 eliana pedrosa - Foto: Hugo Barreto / Metrópoles

As idas e vindas do PDT podem acabar em uma aliança com os ex-distritais Eliana Pedrosa (Pros) e Alírio Neto (PTB), e o partido ficaria sem nome próprio ao Palácio do Buriti. Frágil, a pré-candidatura de Peniel Pacheco (PDT) ao Governo do Distrito Federal (GDF) pode ruir a qualquer momento. De olho na possível desistência, pedetistas articulam uma adesão ao grupo encabeçado por Eliana.

Sem clima ou expectativa interna de se aliar a Rodrigo Rollemberg (PSB) – apesar dos esforços do governador –, alguns membros do PDT-DF acreditam que a chapa de Eliana seria o melhor caminho para as eleições proporcionais. Com ela, a legenda conseguiria emplacar os distritais Cláudio Abrantes e Reginaldo Veras na disputa pela permanência na Câmara Legislativa, além de conquistar espaço para a candidatura ao Senado.

Desacreditado pelos próprios pares, uma vez que não tem mostrado disposição de entrar de cabeça na campanha pelo Senado, o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), deixou de ser a bola da vez. Articuladores não apostam mais em uma decisão por parte dele, depois de tantas mudanças de plano. A expectativa é que Valle acabe concorrendo a vaga de deputado federal.

Na noite da última quarta-feira (1º/8), o ex-presidente da Câmara Legislativa e pré-candidato a deputado federal pelo PDT Fábio Barcellos recebeu correligionários e Eliana Pedrosa para uma reunião. “Conversamos sobre nosso pleito. Ela sabe que nós temos um candidato. A intenção não foi atropelar ninguém. Mas ela deixou claro que, se o Peniel, por qualquer razão, deixar a disputa, ela quer ser a primeira a pedir nosso apoio”, disse.

Eliana vem articulando com Carlos Lupi, presidente nacional do partido fundado por Leonel Brizola, há meses. Eles se encontram para conversar sobre eleições, composições e a situação nacional. A aproximação sempre teve como escopo uma aliança. Esperava-se as definições nacionais.

Nós conversamos ontem [quarta] e foi cogitada a possibilidade de que, se o PDT não tivesse cabeça de chapa, faria parte da nossa coligação

Eliana Pedrosa, candidata ao GDF pelo Pros

Uma das condições do PDT seria o apoio da candidata ao presidenciável pedetista, Ciro Gomes. Questionada pela reportagem se ela faria palanque para Ciro, Eliana não hesitou: “Com certeza”, disse.

O vice na coalizão, Alírio Neto, concorda com a parceria. “Minha formação política foi toda no PDT. Eles são muito bem-vindos na chapa. Aguardamos uma definição. E, sim, estamos próximos”, declarou ao Metrópoles. O grupo de Eliana e Alírio hoje é formado por Pros, PMN, PTB, PTC, PHS, PMB e Patriotas.

Nos bastidores, a aliança é dada como certa. O anúncio da combinação é esperado até sexta-feira (3/8). O PDT-DF esperneia para não cair nas mãos de Rollemberg.

O governador já declarou apoio irrestrito a Ciro Gomes, porém a neutralidade do PSB nas eleições nacionais jogou um balde de água gelada nas esperanças de Rollemberg ter a bênção de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, para fechar a aliança no Distrito Federal.

Hoje, somente uma decisão vertical faria o diretório de Brasília aderir ao projeto de reeleição.

Peniel Pacheco está magoado
A informação de que correligionários estão negociando apoio a Eliana Pedrosa deixou Peniel Pacheco irritado. Ele sentiu-se traído porque, desde 7 de julho, o partido o defendia como nome do PDT para a corrida pelo GDF.

Nesta quinta (2), um dia após a reunião de integrantes do PDT-DF com Eliana Pedrosa, Peniel divulgou nota para um grupo fechado de correligionários no WhatsApp, na qual critica a postura dos colegas.

Veja a declaração de Peniel na íntegra:

“Se o PDT quer um candidato aguerrido, leal, coerente e sensato, eu estou pronto. Tenho um defeito: não tenho dinheiro, mas não vou aceitar e nem vou mover uma palha para conseguir dinheiro fora da legalidade e da ética. Se esses requisitos não atenderem aos interesses de vocês, fiquem à vontade! Podem recorrer a quem vocês acham que estaria disposto a fazê-lo.”

Após a publicação da matéria, o presidente do PDT-DF, Georges Michel, afirmou que tem dialogado com diversos partidos. Os encontros, segundo ele, não significam uma aliança firmada. “Não estamos a um passo de fechar com ninguém, estamos apenas em fase de conversas”, disse.

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