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A responsabilidade das influencers digitais na sociedade

É cada vez mais importante reconhecer que, na influência, existe uma excelente oportunidade de levar as pessoas a um modo de vida consciente

atualizado

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Arte: @lorazombie
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Que o mundo do marketing vive uma nova era, não é novidade. Foi-se o tempo em que as propagandas eram apenas páginas na revista ou 30 segundos na TV. Hoje, basta acompanhar on-line uma blogueira – ou influencers, como são denominadas essas pessoas – para saber as novidades do mercado.

É a maneira subconsciente que o mercado encontrou de moldar os pensamentos, comportamentos e atitudes das pessoas sem que elas tenham consciência disso. Só no ano passado, o Instagram contabilizou 12,9 milhões de posts de influenciadores patrocinados pelas marcas. E esse número deve dobrar em 2018, criando um mercado estimado em cerca de US$ 1,7 bilhão.

Ser um(a) influenciador(a) passou a ser o sonho de muita gente. Vida glamourosa na qual se ganha desde produtos de beleza, roupas, sapatos e acessórios até viagens e experiências, tudo isso além do ganho financeiro e da fama.

Mas qual é o peso desses influenciadores na sociedade em geral? Qual o tamanho da responsabilidade que eles carregam? Eles estão alinhados com as premissas do ser em detrimento do ter, relativas à nova era? Qual será o impacto na vida das pessoas?

Quando percorremos as atualizações do nosso feed, automaticamente vamos sendo influenciados por tudo o que lá é visto: desde fotos de amigos próximos, a famosos e tudo o que há de novidade em moda, bem-estar, estilo de vida e demais tendências.

Ser um influenciador significa ter um efeito direto nas decisões de compra, estilo de vida e nas opiniões dos outros.

Em geral, os influenciadores passam a impressão de uma vida perfeita, de glamour, fama e realização, onde se tem acesso a todos os mais novos e exclusivos produtos do mercado. Valoriza-se uma ilusão na qual o ter significa mais que o ser.

No “ter” são valorizadas justamente essas ideologias rasas que incluem dinheiro, fama, status social, bens materiais.

Pessoalmente, registro um apelo aos influenciadores para que alinhem ao seu trabalho a responsabilidade de criar um propósito em prol da evolução da sociedade, aproveitando sua influência para se fazer o bem, em vez de só pensar em engordar a conta bancária. Eles podem fazê-lo através da escolha consciente de produtos e marcas, abordando questões globais importantes em seus posts ou mostrando modos de vida alternativos – tudo de acordo com seus próprios valores.

Além disso, é preciso chamar a atenção justamente para nós, como consumidores e seguidores, ficarmos mais conscientes e atentos à influência a que estamos sendo submetidos.

Influência significa ter a atenção das pessoas, e isso significa poder. Não há nenhum erro em usar esse poder para ganhar dinheiro, mas é cada vez mais importante reconhecer que, na influência, existe uma excelente oportunidade de levar as pessoas a um modo de vida consciente.

Como consumidores de mídias sociais, podemos optar por seguir influenciadores éticos e ecologicamente corretos e, como influenciadores, podemos aproveitar a oportunidade para promover modos de vida saudáveis – para o indivíduo e o planeta. Existem mais de 600 milhões de usuários no Instagram, imagine a mudança positiva que poderíamos alcançar rapidamente se todos fizéssemos a nossa parte!

Vamos nessa?

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