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Famosos lamentam a morte de Bibi Ferreira: “Dia triste para o Brasil”

Miguel Falabella e Elza Soares foram algumas das celebridades que prestaram homenagem à cantora

atualizado

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Reprodução
Bibi Ferreira
1 de 1 Bibi Ferreira - Foto: Reprodução

Famosos, amigos e fãs de longa data lotaram as redes sociais para homenagear Bibi Ferreira. Cantora e diretora, a artista morreu, nesta quarta-feira (13/2), aos 96 anos. Bibi teve uma longa carreira, aclamada por todos os seus colegas.

Artistas como Miguel Falabella, Flávia Alessandra, Débora Bloch, Leda Nagle – mãe do ator Duda Nagle – e Elza Soares se manifestaram após o falecimento de Bibi. No Instagram, Falabella publicou uma foto dela ainda na juventude: “Obrigado por tudo, mas principalmente por honrar o palco sempre”.

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Guilherme Weber relembrou o perfil da cantora, escrevendo na rede social: “80 anos de carreira enfeitiçando os espectadores do país, lutando pelo reconhecimento da profissão, por melhores condições de trabalho, pela liberdade de expressão e pela comunidade LGBT! Uma carreira gloriosa e inspiradora! Nem todos os obrigados dariam conta, Bibi”.

O corpo de Bibi Ferreira será velado a partir desta quarta no Theatro Municipal, no centro do Rio de Janeiro.

Morte

A artista não resistiu a um problema cardíaco. A notícia foi confirmada pela filha Tina Ferreira. Segundo relato da filha, Bibi morreu no início da tarde em seu apartamento no Rio de janeiro. A enfermeira que atendia à atriz percebeu uma disfunção cardíaca e chamou os médicos. No entanto, a dama dos palcos não resistiu e faleceu antes de chegar ao hospital.

Trajetória
Nascida Abigail Izquierdo Ferreira, em 1º julho de 1922, subiu ao palco pela primeira vez com 20 dias de idade. Estava no colo da madrinha, Abigail Maia, durante encenação de Manhãs de Sol. Bibi era filha de Procópio Ferreira  e da bailarina Aída Izquierdo.

Ao longo da extensa carreira, Bibi atuou nos palcos como atriz e cantora. Também participou de filmes e apresentou programas de televisão. A multimidiática personalidade foi enredo da Viradouro em 2003 e tema de musical escrito por Artur Xexéo e Luanna Guimarães.

Bibi participou da fundação da TV Excelsior, onde apresentou o programa Brasil 60. Depois comandou a atração Bibi Sempre aos Domingos.

Porém, foi nos palcos, em musicais e peças de teatro, que a artista marcou época. Entre inúmeras obras, trabalhou em O Homem de La Mancha, de Dale Wasserman, e Bibi Vive Amália.

Em 2018, Bibi fez show pelo Brasil interpretando Edith Piaf, Amália Rodrigues, Carlos Gardel e Frank Sinatra, no show 4X BIBI. A apresentação celebrava os 76 anos de carreira da atriz e cantora.

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Aposentadoria
Em setembro de 2018, a dama dos palcos anunciou a sua aposentadoria. Bibi, que vinha em ensaios para um show aguardadíssimo, com repertório de Dorival Caymmi, vai se recolher dos palcos.

“Bibi tem total consciência que sempre que esteve no palco deu o melhor de si, com o maior respeito e consideração ao público. E tem consciência que já deu o que tinha de melhor. Agora, vai descansar, dentro dos limites e condições que a idade lhe permite”, dizia um trecho da nota.

A aposentadoria oficial de Bibi Ferreira interrompeu uma carreira de 77 anos. Bibi caminhou do antigo teatro, feito pelo mestre e pai Procópio Ferreira, ao contemporâneo e coleciona uma trajetória única no país. Não existe nenhuma intérprete que trilhou algo com tanta desenvoltura pela arte como ela neste país. E fez tudo sempre com maestria. Da graciosa filha de um artista famoso que aprendia balé à fenomenal cantora que encantava plateias de diversas gerações e nacionalidades.

Para quem acompanhava a sua carreira, houve um misto de vazio e de alívio porque o corpo físico estava visivelmente abalado. Uma das coisas mais impressionantes de Bibi Ferreira no palco era a energia com que explodia diante da plateia. A fragilidade física quebrava essa magia e a tornava vulnerável. Foi ela mesma quem reconheceu que era melhor se recolher e sair de cena.

Bibi tinha um sacerdócio em relação ao ofício de atriz e de cantora e zelava pelo corpo-voz poupando extravagâncias. Em 2010, recebeu o ator Jones Schneider para uma entrevista em seu apartamento, no Flamengo, para realizar o depoimento ao projeto Mitos do Teatro Brasileiro em homenagem ao pai. “Venho em passos lentos, de óculos escuros e voz comedida.” Sentou-se diante à câmera, dirigiu o enquadramento, tomou uma Coca-Cola e, quando ouviu “gravando”, abriu um sorriso e rejuvenesceu como num passe de mágica.

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