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Investir em arte torna seu lar um ambiente mais interessante

Quando fazemos esse investimento, giramos uma corrente do bem especial e sensibilizamos nosso olhar para formas de expressão diversas

atualizado

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1 de 1 Screenshot_24151 - Foto: Reprodução

Atravessamos a troca do milênio para acompanhar o raio “gourmetizador” transformar tudo o que era simples em conceito – às vezes, com a finalidade do lucro e, muitas outras vezes, com a do refinamento. Mas não necessariamente um refinamento ligado ao luxo e sim à cultura, ao conhecimento, ao contexto, ao que tem valor real e não vazio.

E quando se trata de decoração, na minha visão profissional e pessoal, o raio gourmetizador é a escolha das artes que vão compor a casa. Já entrei em alguns apartamentos esculhambados no quesito mobiliário (quase sempre de amigos recém separados, ou mudando de país), e mesmo na falta de ordem/beleza estética dos móveis, quadros bonitos que esses amigos carregavam pela vida, expostos na parede, tornavam automaticamente o ambiente em um lugar interessante.

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Outro dia entrei numa loja de molduras e arte com uma cliente querida. Ela não tem intimidade com esse universo e tinha na cabeça que queria algo para a parede que tivesse tons avermelhados. A vendedora abriu o computador e começou a mostrar artes digitais completamente genéricas.

Separamos as que a cliente gostou para orçar e os valores eram bem altos. Ainda assim, ela parecia super disposta a investir pouco mais de R$ 1.000 na peça: uma impressão genérica de uma textura qualquer em super zoom. Pedi à vendedora que nos mostrasse as artes assinadas e seriadas da loja. Poteiro, Athos Bulcão, Renina Katz, Juarez Machado. Todos na mesma média de preço do quadro que seria impresso em canvas.

Começamos uma troca de ideias maravilhosa de como a arte é um investimento. Sobre como era muito provável que, ao sentir o impacto de ter uma boa peça assinada dentro de casa, ela tomaria gosto e iria investir em novas peças. E quando falamos de obra de arte aqui, não precisamos pensar em grandes investimentos.

Uma boa arte, naturalmente, vira investimento quando o artista se torna conhecido, entra para as grandes coleções, tem obras em museus nacionais e até internacionais. A partir daí, um quadro se torna ativo financeiro. No entanto, se você não tem intenção em por muita grana nessa empreitada, dá para apoiar inúmeros artistas locais pouco conhecidos, mas que fazem trabalhos incríveis em diversas formas artísticas: esculturas, pintura a óleo, grafite, gravuras em metal, xilogravuras. Tem arte para todos os gostos no Brasil.

A Mini Brooklyn Studio Is Packed with Bold Art: gallery image 14

O que interessa é que ao comprar arte giramos uma corrente do bem muito especial. Apoiamos o artista, a arte brasileira, sensibilizamos nosso olhar para as formas de expressão de criatividade mundo afora, agregamos um valor material e, especialmente, imaterial ao nosso lar, estimulando que nossos filhos, amigos e parentes se interessem também pelo tema. A arte chama o olhar das pessoas, trazendo uma identidade única para o lugar.

Minha cliente acabou levando uma serigrafia linda do Paulo Calazans. Tinha os tons vermelhos iniciais que ela queria e um encantamento gigantesco que ela não esperava encontrar.

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