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Vítima de estupro coletivo foi levada à delegacia junto de agressores

A mulher, de 34 anos, foi estuprada por 10 homens em São Gonçalo, no RJ. Dentro da viatura, um deles disse: “Fica tranquilinha. Vai dar tudo certo”

atualizado

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1 de 1 estupro - Foto: istock

Na madrugada da última segunda-feira (17/10), uma mulher de 34 anos foi estuprada por 10 homens. O caso aconteceu no Rio de Janeiro. Após o estupro coletivo, o grupo foi surpreendido pela Polícia Militar, mas oito deles conseguiram fugir. Os PMs, então, resolveram colocar a vítima ao lado dos abusadores, dentro da viatura. No caminho para a delegacia, um dos acusados acariciou a perna da vítima e cochichou em seu ouvido: “Fica tranquilinha. Vai dar tudo certo”. As informações são do jornal Extra.

A mulher contou, ainda, ter passado por um constrangimento na delegacia: o policial responsável pelo registro usou, na ocorrência, termos obscenos para descrever a agressão. Após a repercussão do caso, a Chefia da Polícia Civil determinou a redistribuição do inquérito policial à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo para prosseguir as investigações.

Reprodução/Extra
Trecho do depoimento

De acordo com informações do jornal, a mulher vem sendo vítima de estupros coletivos há quatro anos. Isso começou quando um ex-namorado espalhou entre conhecidos um vídeo íntimo deles, gravado sem o consentimento dela. Depois da divulgação da filmagem, os traficantes do Bairro Lagoinha, em São Gonçalo, passaram a violentá-la. Nunca houve denúncia por medo de retaliação.

Questionado pelo jornal Extra, o comissário responsável por colher o depoimento da vítima, Jorge Luiz Prudêncio na 74ª DP (Alcântara), afirmou não ver problemas na linguagem utilizada no documento. “Foi tudo feito normalmente. Os termos foi ela que falou. Terminou e eu perguntei: ‘É isso?’, e ela assinou. Não houve constrangimento nenhum”, contou. Um procedimento para apurar se houve infração disciplinar por parte do agente já foi aberto pela Polícia Civil.

Após a divulgação do caso de estupro, a mulher continua sendo vítima. “Estou me sentindo completamente desamparada. Eu tinha medo de que justamente isso pudesse acontecer se eu registrasse o caso. Minha vida está devastada. Eu e minhas filhas não podemos ir para casa. As amigas das minhas filhas foram a minha casa e encontraram tudo revirado. Tentaram levar até a minha máquina de lavar”, contou.

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