Goiânia – Câmeras de segurança registraram o exato momento em que um ponto de ônibus desabou e matou um ajudante de pedreiro, de 27 anos, esmagado, no Residencial Anhembi, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana. O caso aconteceu na última quarta-feira (8/3) e causou grande comoção em Goiás.
Pelas imagens é possível ver que o ajudante de pedreiro Wellington Oliveira tenta segurar a estrutura de concreto, no entanto, ela cai por cima dele. O colega de trabalho da vítima conseguiu escapar.
Veja o vídeo:
Conforme mostra o vídeo, a ação levou menos de 10 segundos. Wellington foi sepultado no final da tarde dessa quinta-feira (9/3).
Também nessa quinta-feira, a prefeitura de Aparecida informou que interditou sete pontos de ônibus na cidade, que estariam condenados. Por meio de nota, a administração municipal informou que “em relação aos abrigos que não oferecem segurança à população, a Prefeitura de Aparecida, por meio da Superintendência de Defesa Civil, iniciou a nesta quinta-feira, 9 de março, nova avaliação das condições dos abrigos dos pontos de ônibus do transporte público coletivo na cidade, inclusive interditando abrigos em condições precárias para evitar acidentes”.

Wellington Oliveira, de 27 anos, morreu esmagado, após um ponto de ônibus desabar em cima deleReprodução

Segundo a Pref. de Aparecida, pontos de ônibus foram condenados na cidadeReprodução/Redes sociais

Vítima tentou segurar a estrutura, mas não conseguiuReprodução

Wellington morreu esmagado pela estrutura de concretoReprodução
Relatório
No entanto, a situação poderia sido evitada, já que um relatório completo sobre a situação precária dos abrigos foi entregue pela Defesa Civil do município a 11 órgãos ligados ao transporte coletivo. O documento foi assinado como recebido pelo gabinete do prefeito da cidade, Vilmar Mariano (Patriota), em outubro do ano passado.
Em nota, a Prefeitura de Aparecida lamentou a fatalidade e se solidarizou com a morte do trabalhador. De acordo com a administração municipal, “o sistema de transporte coletivo na Região Metropolitana é de responsabilidade e operado pelo Consórcio Rede Mob sob fiscalização da CMTC. Esclarece ainda que esse tipo de abrigo de concreto não foi instalado pela prefeitura”.
Já a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), informou também por meio de nota, que a manutenção, realocação e instalação dos pontos de ônibus são de responsabilidade das prefeituras. De acordo com o órgão, “cabe à CMTC, como órgão gestor, planejar a marcação de pontos e coordenar a instalação desses equipamentos, em atendimento à Política Nacional de Mobilidade Urbana”.
Ainda segundo o órgão, a CMTC iniciou uma avaliação minuciosa de todos os abrigos da Região Metropolitana para cobrar e ajudar as prefeitura a solucionar os problemas estruturais dos equipamentos.
O relatório em que a Defesa Civil denuncia a falta de manutenção dos pontos de ônibus também foi entregue para a secretaria de Desenvolvimento Urbano e de Trânsito, ao Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (CREA-GO), ao Ministério Público de Goiás (MPGO), a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), entre outros.
Órgãos notificados
No mesmo dia em que o relatório chegou à prefeitura, as secretarias de Desenvolvimento Urbano e de Trânsito também foram notificadas. O levantamento também foi repassado ao Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (Crea), ao Ministério Público (MP), a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), além de outros órgãos.
O documento levanta problemas como falta de iluminação, de cobertura adequada, poluição visual e capim nas estruturas. Conforme a denúncia, a maioria dos abrigos do município é de estrutura de concreto armado ou metálica e os abrigos em questão possuem peso elevado e, em razão da falta de manutenção, expõem os usuários ao perigo.
Ainda de acordo com o documento, a manutenção nos abrigos não é realizada com frequência correta, principalmente nas regiões periféricas da cidade.
Investigação
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. Segundo a corporação, um laudo da Polícia-técnico Científica, que deve ficar pronto em até 10 dias, vai abordar várias questões e deve apontar de quem é a responsabilidade, se houve falhar e se alguém pode ser responsabilizado pela morte do jovem.
Segundo o delegado responsável pela apuração do caso, Antônio André Júnior, por não ter uma linha de ônibus ativa operando no local, o ponto de ônibus deveria ter sido desativado.