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Assassinato de Marielle Franco: principal suspeita é de execução

Parlamentar voltava de evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida dentro do carro em que seguia para casa. Motorista também morreu

atualizado

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Divulgação
Marielle Franco
1 de 1 Marielle Franco - Foto: Divulgação

A vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSol, foi morta a tiros na noite desta quarta-feira (14/3) dentro do carro em que seguia para casa. O ataque aconteceu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. Ao menos nove cápsulas de arma de fogo foram recolhidas no local do crime e quatro projéteis atingiram a cabeça da parlamentar – a suspeita de execução é investigada.

Marielle voltava de um evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida. Os criminosos conseguiram fugir, de acordo com informações preliminares. O motorista Anderson Pedro Gomes, que dirigia o carro que transportava a parlamentar, também morreu baleado. Ele levou pelo menos três tiros nas costas.

A polícia trabalha com duas possibilidades para o crime: homicídio durante tentativa de assalto ou execução. De acordo com o jornal O Globo, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, acionou o interventor federal no estado, pedindo acompanhamento da investigação, e teria colocado a Polícia Federal à disposição para reforçar o trabalho de apuração.

Marielle acompanhava na condição de vereadora a intervenção federal, como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades carentes. De acordo com a Agência Estado, há oito dias, ela recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari, na zona norte do Rio: segundo moradores, dois homens foram assassinados por policiais e tiveram os corpos jogados num valão. Segundo os denunciantes, a PM estaria se sentindo “com licença para matar” por conta da intervenção.

A vereadora compartilhou a notícia em seu perfil no Facebook (veja abaixo), com a inscrição “Somos todos Acari, parem de nos matar”. “Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, dizia a mensagem. A parlamentar pedia, ainda, o apoio dos internautas na divulgação do caso.


Repúdio e pesar
Em nota, o PSol pediu uma investigação imediata e rigorosa: “O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSol-RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSol e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!”.

Mídia NINJA/Reprodução
Marielle era socióloga, formada pela PUC-Rio, e mestra em administração pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua tese de mestrado foi sobre o impacto das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades cariocas. Moradora do Complexo da Maré, ela se apresentava como “cria da Maré” e, em sua estreia na política, durante as eleições 2016, elegeu-se a quinta vereadora mais votada do Rio. Ao lado de Marcelo Freixo, que disputou a prefeitura carioca e foi derrotado por Marcelo Crivella no último pleito, Marielle coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O prefeito Marcelo Crivella lamentou a morte de Marielle em nota. Confira:

“É com profundo pesar que lamentamos o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco cuja honradez, bravura e espírito público representavam com grandeza inigualável as virtudes da mulher carioca. Sua trajetória exemplar de superação continuará a brilhar como uma estrela de esperança para todos que, inconformados, lutam por um Rio culto, poderoso, rico, mas, sobretudo, justo e humano. Em cada lar uma prece, em cada olhar uma lágrima e em cada coração um voto de tristeza, dor e saudade. É assim que hoje anoitece a cidade desolada e amargurada pela perda de sua filha inesquecível e inigualável. Que Deus a tenha!”.

Nesta quinta-feira (13), às 11h, a bancada federal do PSol promoverá ato na Câmara dos Deputados em homenagem a Marielle e ao motorista Anderson Pedro Gomes. (Com informações da Agência Estado)

 

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