metropoles.com

Universidades federais pedem a presidenciáveis a manutenção das cotas

Associação Nacional das Instituições Federais de Ensino Superior divulga carta a candidatos alertando para corte de verbas de 52% desde 2015

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
UnB
1 de 1 UnB - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A entidade que representa os reitores das universidades federais brasileiras está encaminhando aos pré-candidatos à presidência da República uma carta com pedidos e propostas para o setor. O documento divulgado pela Associação Nacional das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) chama a atenção para o aperto orçamentário que vem sendo imposto à educação pública e pede mudanças em algumas políticas e a manutenção de outras, como a das cotas raciais e sociais para ingresso no ensino superior público.

“As universidades federais, do ponto de vista orçamentário, estão em situação crítica e emergencial”, diz o documento (veja íntegra abaixo).

“Desde o ano de 2016, os orçamentos discricionários dessas instituições, ou seja, a parcela destinada a manter e prover a estrutura e o dia a dia, está em decréscimo contínuo. O orçamento de 2022 destina às IFES R$ 5.133.618.88 0,00, um valor já nominalmente menor que o do orçamento de 2015 (R$ 7.864.664.590,00)”, diz o texto.

O documento continua levando em consideração a taxa de inflação acumulada neste período (37,51%, pelo IPCA). “Temos que a mera recomposição dos valores de 2015 elevaria o valor de 2022 para R$ 10.815.083.286,87. Ao compararmos esse valor atualizado com o valor nominal de 2022, constatamos que as universidades federais brasileiras tiveram, nesse período, um corte orçamentário de cerca de 52,5%”, detalha.

Democratização de acesso às universidades

O documento também destaca políticas como as cotas raciais.

“As políticas afirmativas assumem centralidade na discussão sobre a democratização do acesso às universidades e a consequente redução das desigualdades raciais no Brasil”, diz a carta.

Segundo o texto, “é indispensável que a renovação da validade da Lei seja realizada a partir de procedimentos de avaliação cuidadosos, com participação da sociedade civil, garantindo que as discussões sejam amparadas em bases técnicas e numéricas. Assim, a vigência da Lei de Cotas se estenderá pelo tempo necessário para que os objetivos nela previstos sejam alcançados”.

A recomposição do financiamento para pesquisa e a abertura de mais vagas no ensino superior também estão entre os pedidos.

Veja a lista, detalhada no documento abaixo:

1 – Respeito incondicional à autonomia universitária

2 – Recomposição do Orçamento das Universidades

3 – Atenção para a consolidação dos novos campi, universidades federais recém-instituídas e estabelecimento de critérios para a criação de novas universidades

4 – Manutenção da Lei de Cotas e disponibilização de recursos para efetiva inclusão de estudantes por ela afetados/as

5 – Instituição de legislação específica para disciplinar o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) de forma a compatibilizar recursos e atual contexto socioeconômico do corpo discente das Universidades Federais

6 – Incentivo e fomento à oferta de pós-graduação nas instituições públicas federais

7 – Valorização da extensão em sua nova configuração e dos equipamentos culturais das universidades

Veja a íntegra da carta da Andifes aos presidenciáveis:

Propostas das universidades federais aos presidenciáveis 2022 by Metropoles on Scribd

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia