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Um em cada quatro adolescentes não trabalha nem estuda, segundo IBGE

De acordo com a pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mulheres e negros sofrem mais com o desemprego

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Reprovação e abandono em escolas do DF
1 de 1 Reprovação e abandono em escolas do DF - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Dos 47 milhões de jovens entre 15 e 29 anos brasileiros, 23% não estudam nem trabalham. Desse grupo, mais de um terço — 34,9% — largou a instituição de ensino para arrumar um emprego. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), publicada pelo IBGE nesta quarta-feira (19/06/2019).

Apenas 13,5% dos jovens vão às aulas e exercem atividades fora da escola. De acordo com o levantamento, o número de brasileiros entre 15 e 29 anos negros que não trabalham nem estudam é maior: 25,8%.

Sobre a taxa de evasão escolar, cerca de 30,7% dos alunos de 15 a 17 anos, idades correspondentes ao período do ensino médio, deixaram os estudos ou estão frequentemente atrasados. Os dados mostram ainda que os brancos são os que mais comparecem às aulas, com uma taxa de frequência de 76,5%. Já os negros ou pardos representam 64,9%.

A Região Nordeste é a que mais sofre com a taxa de evasão, onde 61,3% dos jovens da faixa não frequentam uma instituição de ensino. Em seguida, a região com a pior taxa é a Sudeste, com 76,4%, e a Norte, com 61,9%.

Apesar dos dados, a pesquisa mostra que a taxa de escolarização aumentou no país. Cerca de 88,2% dos estudantes do ensino médio estão matriculados nas escolas. Para o ensino fundamental, a taxa é quase de 100%.

Mulheres e negros
Mulheres e negros sofrem mais com o desemprego, o analfabetismo e a evasão escolar se comparado ao grupo de homens e brancos. Segundo a pesquisa, na faixa dos 15 a 29 anos, 28,4% das mulheres não frequentam instituições de ensino ou têm ocupação, 10,8 pontos percentuais a mais do que os homens.

Entre os desempregados, quase 26% são negros e 18,5% são brancos. Entre as pessoas brancas, 16,1% trabalham e estudam, enquanto na população negra, apenas 11,9% exercem ambas as atividades.

De acordo com a pesquisa, negros ou pardos têm em média dois anos de estudo a menos do que brancos. Além disso, cerca de 11,3 milhões de pessoas a partir dos 15 anos são analfabetas, com uma diferença expressiva entre negros e brancos, 9,1% e 3,9%, respectivamente.

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