Tragédia em Petrópolis: mãe grita por filha e procura sobrinha bebê
Com uma enxada, Gisele Arcaminate tenta encontrar a filha Maria Eduarda, de 17 anos, e a sobrinha de 1 ano, após morro desmoronar pela chuva
atualizado
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Rio de Janeiro – A busca por desaparecidos devido à forte chuva em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, é marcada por desespero e esperança. Entre a lama e os escombros após a encosta do Morro da Oficina desabar, Gisele Arcaminate gritava o nome da filha, Duda, o tempo todo.
Com uma enxada nas mãos, ela tentava cavar para achar Maria Eduarda, de 17 anos, com a ajuda de familiares e amigos. A sobrinha dela, uma bebê de apenas 1 ano, também está desaparecida.
“Um bebê sem respirar embaixo dessa lama… Você consegue imaginar? Eu já estou perdendo as esperanças”, disse Gisele ao jornal O Globo.

Centro de Petrópolis ficou completamente alagado Reprodução de redes sociais

Força da água foi registrada em diversos vídeos Reprodução de redes sociais

Comércio local teve lojas destruídas pela água Reprodução de redes sociais

As ladeiras de Petrópolis intensificaram ainda mais a força da água Reprodução

Número de mortos segue aumentando nas horas seguintes à tragédia Reprodução de redes sociais

Tragédia em Petrópolis: chuvas começaram no fim da tarde Reprodução

Volume de água devastou ruas e bairros da cidade de Petrópolis Reprodução

Cena de destruição se repete em diversos pontos da cidade de Petrópolis Reprodução

Foram registrados mais de 160 deslizamentos em Petrópolis Reprodução de redes sociais

Centro de Petrópolis foi tomado pela água Reprodução de redes sociais

Dezenas de carros foram levados pela força das águas Reprodução de redes sociais

Pontos de alagamento por toda a cidade de Petrópolis Reprodução
Bruno Carvalho, que é parente da mãe da adolescente, é o pai da bebê que está desaparecida. Além da criança, a sogra e os primos dele também são procurados em meio ao lamaçal e aos escombros causados pela chuva torrencial em Petrópolis.
Entre os destroços, ele encontrou a bolinha rosa de sua filha. Segundo o Globo, o brinquedo estava a mais de 30 metros de distância do quarto onde a menina dormia.
“A única coisa que ouvimos é que tinha havido um desabamento, mas só tive a dimensão quando cheguei aqui”, falou, emocionado.
Pai procura filha
Até o momento, 38 pessoas foram mortas na tragédia em Petrópolis. As buscas do Corpo de Bombeiros para encontrar sobreviventes e outras vítimas continuam intensas em todas as áreas da cidade. Pelo menos 16 pessoas foram resgatadas com vida na madrugada desta quarta-feira (16/2).
Em outro ponto do Morro da Oficina, Adalton Oliveira gritava o nome da filha, Ana Clara, de 7 anos. Com as próprias mãos, ele tentava cavar até o ponto onde ele acreditava que a menina estaria. A mulher dele, Eliane, de 44 anos, estava com a criança.
As duas estavam no bar da família, onde também se encontravam muitos clientes. “Ela está aqui, ela está aqui. Cadê a minha filha?”, clamava o homem, segundo o Globo.
Adalton ainda convive com o luto pela perda do filho, Lucas, de 21 anos, que foi levado pela enxurrada e encontrado morto. O dono do bar saiu do local justamente para buscar o jovem. Ele ainda viu o rapaz vivo antes de ele desaparecer nas águas.
“Minha esposa pediu para eu ir lá em cima buscar o Lucas, com medo de a barreira cair. Quando cheguei, peguei ele e ouvi os estalos da casa. Nós ouvimos a barreira e fomos pular para o sentido contrário, mas ele escorregou e foi levado. Aí eu desci para ver minha filha e minha esposa e vi que a barreira tinha as levado também.”