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Temer: quem está no governo é sujeito a “bombardeios a todo momento”

Durante a fala, ele foi mais aplaudido pelas autoridades com as quais dividiu o palco da cerimônia do que, propriamente, pela plateia

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense  – Brasília – DF 16/12/2016
1 de 1 O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense – Brasília – DF 16/12/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Depois de a Polícia Federal (PF) prender alguns dos principais aliados – incluindo o advogado e amigo José Yunes – do presidente Michel Temer (MDB) nesta quinta-feira (29/3), ele evitou tratar das prisões, mas afirmou, ao falar das dificuldades enfrentadas pela gestão, na inauguração de um aeroporto em Vitória (ES), que quem está no governo fica sujeito a “bombardeios a todo momento”.

De acordo com o chefe do Executivo nacional, que já manifestou o interesse em concorrer a um novo mandato, os adversários dele vão ter de fazer “muito malabarismo” se quiserem criticar a administração federal durante a campanha eleitoral, porque, para fazer isso, terão de se oporem a medidas de reequilíbrio fiscal, geração de empregos, corte de juros e melhorias da Educação.

“Eles, os rivais, terão de dizer: ‘Sou contra a reforma do Ensino Médio, feita com grande sucesso’. ‘Prefiro um Ensino Médio anacrônico e superado”, declarou Temer. “Terão de dizer que são contra a reforma trabalhista, que gera mais empregos. Terão de dizer: prefiro a inflação a 10,28% e os juros a 14,25%”, acrescentou, ao se referir à desaceleração dos preços e aos cortes da taxa básica de juros (Selic) feitos em sua gestão à frente do Palácio do Planalto. “Estou falando de governo que não completou dois anos”, emendou.

Durante o discurso, o presidente foi mais aplaudido pelas autoridades com as quais dividiu o palco da cerimônia do que, propriamente, pela plateia. Em tom eleitoral, Temer prometeu mais obras no Espírito Santo, ao citar duas demandas do governo do Estado: a duplicação da Rodovia BR-262 e a construção de um ramal ferroviário para interligar o território capixaba ao Rio.

“Nós não somos, no nosso governo, de prometer. Somos de entregar, como estamos fazendo agora. Mas vou ousar fazer uma promessa”, disse, ao anunciar que dinamizará estudos e tomará as medidas necessárias para a construção do ramal da ferrovia. “Na 262, vou fazer o mesmo empenho. Depende apenas de licença ambiental para seguir a obra”, completou.

Diante da demora da população em perceber no dia a dia a melhoria de fundamentos econômicos, o presidente salientou que a queda da inflação tem repercussão para a população mais pobre, à medida que aumenta o valor do salário. “As pessoas passam a ter qualidade de vida melhor.”

Ao afirmar que Executivo e Legislativo governam juntos, Temer destacou ainda o diálogo com o Congresso na construção das reformas e medidas estruturais. Num momento em que exaltou a retomada do emprego e da confiança do mercado na economia, o presidente também voltou a elogiar o trabalho do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por fazer com a equipe econômica um “esforço extraordinário” para tirar o País da recessão. Meirelles é cotado a ser candidato a vice-presidente na chapa de Temer, caso o presidente lance candidatura pela reeleição. Se a candidatura de Temer não for viável, o ministro da Fazenda poderá ser o candidato do Poder Executivo na disputa pela sucessão presidencial.

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