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Tabata Amaral aponta “conivência da esquerda” com ameaça de Zé de Abreu

“Parece que tudo bem você ‘passar pano’ quando você discorda do alvo ou gosta do agressor”, disse a deputada federal após críticas do ator

atualizado

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Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
Tabata Amaral
1 de 1 Tabata Amaral - Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

São Paulo – A deputada federal Tabata Amaral, recém-filiada ao PSB, voltou falar sobre o  tuíte compartilhado pelo ator José de Abreu no qual ameaça a deputada. Em entrevista ao portal Universa UOL, Tabata falou sobre machismo, a mudança de partido e sobre as críticas que recebe por suas posições no Congresso Nacional.

A parlamentar disse que se Zé de Abreu se sentiu à vontade para fazer aquele tuite, “é porque ele sabia que iam passar pano para ele. Ele sabia que não perderia o apoio da esquerda”.

“Parece que tudo bem você ‘passar pano’ quando você discorda do alvo ou gosta do agressor”, afirmou a deputada.

Tabata Amaral analisou diversas situações e disse que tenta não se concentrar nestes ataques, mas apenas focar em seu trabalho no Congresso.

“A ameaça vir de uma figura pública me lembrou que isso não deveria estar acontecendo. Claro que os ataques são, em parte, fruto do ambiente tóxico das redes sociais, mas também vêm da conivência de uma parte da esquerda com o ódio que é direcionado a mim”, falou.

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Ação na Justiça

Tabata entrou com uma ação na Justiça para que José de Abreu explique por que compartilhou um tuíte que dizia: “Se eu encontro na rua, soco até ser preso”. Mas a deputada se mostra pouco otimista com esse tipo de processo.

“Já perdi a conta de quantas ações desse tipo já registrei. Se ele achasse que as lideranças de esquerda teriam um posicionamento contundente a respeito [da ameaça], ele não teria feito aquilo. Espero que a Justiça o lembre que você não pode ameaçar publicamente uma mulher só porque você discorda dela”, falou ao portal.

Questionada sobre suas mudanças de posição em relação ao antigo partido PDT e sobre seus votos favoráveis a certas pautas do governo Jair Bolsonaro (sem partido), a deputada disse que, “quando uma mulher discorda, chama mais atenção”. A parlamentar ainda acrescentou que “incomoda muita gente” quando traz pautas que estavam sendo ignoradas pelo campo progressista.

“O meu voto na reforma foi considerado ‘uma desobediência de uma menina’; a intensidade das reações tem a ver com o fato de eu ser uma mulher jovem — e a forma também. Não foi a primeira e infelizmente não será a última vez que a minha integridade física foi ameaçada. Já fui ameaçada de morte, sou xingada todos os dias”, afirmou.

Machismo na política

Tabata Amaral aponta que a solução para diminuir o machismo na política passa por uma mudança na legislação, mas também cultural e na Justiça. “Nós avançamos na legislação, mas também tem uma mudança cultural a ser feita — não sei como isso pode mudar com a política e a Justiça sendo feitas apenas por homens”, opinou.

“Se uma mulher tivesse feito o que o Zé de Abreu fez, ninguém aceitaria. Nós somos excluídas por muito menos. Não se perdoa nenhum tipo de erro da mulher. Dos homens se perdoam todos os tipos de crime”, acrescentou.

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