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“Se tiver 10 pessoas aqui, vamos tocar”, diz assessor de João de Deus

Chico Lobo ressaltou que, apesar de não existir expectativa de o médium aparecer na Casa Dom Inácio de Loyola, o centro seguirá funcionando

atualizado

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1 de 1 Abadiania1 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após os escândalos sexuais envolvendo João Teixeira de Faria, João de Deus, a movimentação na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), no Entorno do Distrito Federal, é fraca no começo da manhã desta sexta-feira (14/12). Segundo o administrador do centro espírita, Chico Lobo, não há expectativas de o médium aparecer no local. A qualquer momento, a Justiça pode decidir sobre o pedido de prisão preventiva do líder religioso, feito pelo Ministério Público na quarta (12).

Chico Lobo, porém, disse que, independentemente da presença de João de Deus, a Casa vai funcionar. “Mesmo que tenha só 10 ou 15 pessoas, vamos tocar tudo normalmente”, afirma. De acordo com o administrador, o recesso no centro será definido na segunda-feira (17).

Lobo explica que é algo que estava previsto, no entanto, diante dos fatos, o conselho da Casa vai precisar debater sobre o tema. “Também não temos mais contato com João de Deus. O telefone dele está desativado. Eventualmente, ele entra em contato com alguém da Casa, mas isoladamente”, destacou Chico Lobo, que é assessor do médium.

Em meio às centenas de denúncias de abuso sexual contra o líder religioso, o casal de aposentados Clemente Orlando, 62 anos, e Patrícia Ejlers, 58, viajou de carro do Rio de Janeiro até a cidade de Abadiânia na terça-feira (11). Eles foram ao centro movidos pela fé.

O casal não se furtou a falar sobre o escândalo envolvendo João de Deus. “Se ele fez o que dizem, então tem de pagar. Eu acredito na lei do retorno. Mas aqui é um local de fé”, disse Clemente, que, pela primeira vez, frequenta o centro espírita. Patrícia, ao contrário, visita Abadiânia pela terceira vez.

“Eu venho aqui não por João de Deus. Não sei se ele é culpado, mas creio que onde há fogo, há fumaça”, afirmou Patrícia. A mulher ainda diz que pretende voltar, se for preciso, reafirmando a ideia de que a Casa Dom Inácio não precisa estar vinculada à imagem do médium.

Atendimento sob escolta
Conforme o Metrópoles mostrou nessa quinta (13), o advogado de João de Deus, Alberto Toron, encontrou-se com o juiz Fernando Augusto Chacha de Rezende, que vai avaliar o pedido de prisão preventiva do médium feito pelo Ministério Público de Goiás. A conversa ocorreu no gabinete do magistrado no Fórum de Alexânia (GO), a cerca de 30 quilômetros de Abadiânia, à tarde. Pouco antes, o advogado esteve com o líder religioso.

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Toron afirmou, em entrevista exclusiva ao Metrópoles, que procurou o juiz para falar sobre a realidade de João de Deus e apresentar alternativas para que seu cliente continue os trabalhos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, mesmo não havendo decisão judicial que o impeça de atuar. A reportagem abordou o defensor do médium assim que ele saiu do Fórum.

“Nós trouxemos uma petição, que se ele assim o desejar, para o seu João de Deus continuar o trabalho dele, ele poderá filmar todo o trabalho, se ele quiser colocar policiais na casa, poderá fazê-lo, para se ter certeza de que nada de ilícito ali é praticado. E não queremos que a Justiça entenda como afronta o retorno aos atendimentos”, explicou.

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