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Um terço dos bebês com microcefalia estão sem terapia

Dados do Ministério da Saúde mostram que um em cada três bebês com diagnóstico de microcefalia não teve acesso às terapias estimulantes

atualizado

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CARLOS EZEQUIEL VANNONI/ESTADÃO CONTEÚDO
Fundação Altino Ventura realiza mutirão de consultas oftalmológicas para crianças com microcefalia
1 de 1 Fundação Altino Ventura realiza mutirão de consultas oftalmológicas para crianças com microcefalia - Foto: CARLOS EZEQUIEL VANNONI/ESTADÃO CONTEÚDO

Nascida em outubro de 2015, no Recife, Giovanna foi uma das primeiras bebês vítimas do surto de microcefalia associado ao zika. Hoje com 1 ano e 5 meses, ela ainda aguarda uma vaga para fazer fisioterapia, fono e outras terapias que poderiam aliviar os problemas de desenvolvimento causados pela má-formação. Vítima da mesma epidemia, Mikaelly nasceu em fevereiro de 2016, em Jundiaí, interior de São Paulo, e também está na fila de espera pelo tratamento de reabilitação.

Esses casos não são exceção. Dados inéditos do Ministério da Saúde mostram que um em cada três bebês com diagnóstico confirmado de microcefalia não teve acesso às terapias de estimulação precoce. O cenário foi encontrado em levantamento feito pelo ministério no fim de 2016 e publicado no site da pasta no mês passado.

O objetivo inicial da pesquisa, batizada de Estratégia de Ação Rápida, era identificar casos suspeitos de microcefalia, confirmar o diagnóstico e oferecer atendimento especializado. Ao fim da ação, em novembro, o ministério constatou que 2.347 bebês tiveram a má-formação confirmada e 1.524 deles (64,9%) eram atendidos em serviços de estimulação precoce.

Mas as estatísticas parciais de 2017 mostram situação ainda pior. Dos 156 bebês nascidos com microcefalia entre 1.º de janeiro e 15 de março deste ano, apenas 32 (20,5%) tiveram acesso às terapias de reabilitação.

A situação contraria o protocolo elaborado pelo próprio ministério em 2016 com diretrizes para o atendimento a bebês com microcefalia. No documento, a pasta ressalta a importância da intervenção precoce, tendo em vista que é no início da vida que o cérebro tem maior capacidade de estabelecer novas conexões. “O acolhimento e o cuidado a essas crianças e a suas famílias são essenciais para que se conquiste o maior ganho funcional possível nos primeiros anos de vida”, relata trecho do protocolo.

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