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Salão de beleza é alvo de pichação racista contra mulher negra

Empresárias denunciaram à polícia ameaça, feita no portão do salão, que diz: “Já falei, tira essa macaca do meio das mulher bonita”

atualizado

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Arquivo pessoal
Salão em Araraquara foi alvo de pichações racistas
1 de 1 Salão em Araraquara foi alvo de pichações racistas - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo – Mensagens racistas foram pichadas em um salão de beleza de Araraquara, interior de São Paulo, após o estabelecimento colocar um outdoor em que aparecem quatro mulheres, sendo uma delas negra. A ameaça, feita no portão do salão, diz: “Já falei, tira essa macaca do meio das mulher bonita”.

Uma das proprietárias do local, Érica Fuzari, conta que decidiu publicar fotos da pichação nas redes sociais para conscientizar.“Essa pessoa precisa se conscientizar de que isso é um crime, isso não pode continuar”, disse ao Metrópoles.

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Erica afirma que não é a primeira vez que recebe esse tipo de ameaça. Tudo começou há cerca de seis meses, quando alguém escreveu de caneta pela primeira vez na lona do salão uma mensagem parecida. As donas limparam os escritos, e isso se repetiu por mais três vezes.

No fim de dezembro, foi feita uma pichação maior, de forma mais agressiva. As empresárias então resolveram agir: além da exposição nas redes, foi registrado um boletim de ocorrência policial, e elas também procuraram o Centro de Referência Afro de Araraquara para saber como proceder.

No entanto, Erica e as sócias não fazem ideia de quem possa ser o autor das mensagens racistas. “Foi feito um boletim de ocorrência e estão investigando. A gente não conseguiu ver nada de diferente no bairro, na região, nenhuma pessoa chamou a atenção, os vizinhos que a gente consultou. A gente não tem câmera, nem os comerciantes ao lado, a gente não consegue identificar a pessoa”, relata.

Ela chegou a pedir para a polícia consultar se há alguma câmera pública na região que possa ter registrado o delito, mas ainda não obteve retorno.

Erica e suas sócias contam que têm receio de aconteçam algo mais grave após a exposição. “A gente tem medo, não tem como saber se vão fazer algo a mais, a princípio eles só fazem os escritos. Mas gente espera que pare”, desabafa.

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