O governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA), afirmou, nesta segunda-feira (27/12), que vai reconstruir as casas das mais de 16 mil pessoas desabrigadas após tempestades no sul do estado.
Em publicação nas redes sociais, Costa também informou que estenderá a oferta de crédito de até R$ 150 mil sem juros para todos os comerciantes atingidos por enchentes. O governador ainda prometeu apoiar agricultores que perderam a produção devido à força das águas.
“Nós vamos reconstruir nossa Bahia, reconstruir nossas cidades. Eu já anuncio aqui para todos os comerciantes que tiveram as suas casas alcançadas pelas águas, que nós vamos estender aquilo que nós fizemos no extremo sul, com juros ou empréstimo sem juros de até R$ 150 mil. Ou com juros subsidiado para valores acima disso. Também apoiar os agricultores que perderam sua produção”, afirmou.

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De acordo com climatologistas, as tempestades na Bahia têm a ver com a combinação de dois fenômenos distintosReprodução

O primeiro deles trata-se de um corredor de umidade que surge na Amazônia e vai em direção à Bahia, ao Rio de Janeiro e a São PauloIgo Estrela/Metrópoles

O segundo é a formação de uma área de baixa pressão no Oceano Atlântico, próximo à região costeira do Brasil, que evoluiu para um sistema denominado depressão subtropicalFernando Frazão/Agência Brasil

A depressão subtropical é um evento meteorológico que gira no sentido horário e é marcado pela formação de nuvens, ventos, tempestades e agitação marítimaReprodução

Segundo especialistas, a depressão subtropical é algo atípico e ainda possui condições de evoluir para uma tempestade tropicalFacebook/Reprodução

Na Bahia, o sul foi a região que teve chuvas mais volumosasReprodução/ Agência Brasil

No dia 9 de dezembro, o governo do estado decretou situação de emergência para 24 cidades. O objetivo é mobilizar todo o aparato público para apoiar as ações de socorro à população Reprodução/ Twitter

Em alguns municípios, foram registradas inundações e as pessoas tiveram que deixar suas casasReprodução/ Agência Brasil

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram cidades totalmente inundadasReprodução/ Twitter

As mais atingidas foram Jucuruçu e Itamaraju, que ficam no sul do estadoReprodução/ Twitter

De acordo com Rui Costa (PT), governador da Bahia, os dois municípios "estão praticamente embaixo d'água"Divulgação

Autoridades orientam que os moradores dos locais afetados se abriguem em áreas mais altas e solicitem ajuda Reprodução/ Twitter

Segundo a Defesa Civil da Bahia, os temporais deixaram 26 mortos e pelo menos 60 mil pessoas desabrigadas Reprodução
De acordo com o governador, os empréstimos serão realizados em postos da Desenbahia, a agência de fomento do estado. As estruturas serão montadas no município de Itabuna “assim que a água baixar”, informou Costa.
“Para isso, vamos enviar um Projeto de Lei para aprovação na Assembleia Legislativa. Também vamos assegurar apoio aos agricultores que perderam sua produção nessas regiões”, escreveu o governador nas redes sociais.
Costa também informou que o nível da água na cabeceira do Rio Cachoeira está começando a baixar. “Mesmo que lentamente, a expectativa é de melhora nos próximos dias. Seguimos com pontos de apoio nas cidades de Ilhéus, Itapetinga, Ipiaú e devemos montar mais um em Santo Antônio de Jesus”, finalizou.
Veja a publicação:
Assim que a água baixar, vamos montar um posto do Desenbahia em #Itabuna para facilitar este trâmite. Para isso, vamos enviar um Projeto de Lei para aprovação na Assembleia Legislativa. Também vamos assegurar apoio aos agricultores que perderam sua produção nessas regiões.
— Rui Costa (@costa_rui) December 27, 2021
Tragédia
A chuva forte, deslizamentos de terra e queda de estradas que afetam especialmente o sul e o sudoeste da Bahia atingem 430.869 moradores. Até o momento, foram confirmadas 18 mortes e duas pessoas estão desaparecidas. De acordo com balanço divulgado pelo governo, o estado tem 16 mil desabrigados e 19.580 desalojados.
O tempo até havia melhorado nas últimas semanas, mas voltou a fechar neste Natal, causando uma situação de calamidade que levou ferrenhos adversários políticos a sentar na mesma mesa (ainda que de forma virtual) para buscar soluções emergenciais.
Em algumas localidades, rios subiram 10 metros e deixaram municípios inteiros cobertos. Há estradas bloqueadas por deslizamentos. Com isso, moradores de alguns distritos estão completamente isolados, o que dificulta as operações de salvamento.