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RJ: secretário de Transportes surge como advogado da Supervia em ação

Andre Luiz Nahass nega que apareça como advogado da Supervia em ação contra o Estado do Rio e diz que está com licença para advogar suspensa

atualizado

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1 de 1 supervia - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – O atual secretário de estado de Transportes, Andre Luiz Nahass, ex-diretor da da Supervia, ainda representa a concessionária em ação contra o Estado. O nome de Nahass aparece como representante jurídico da empresa em dois processos que tiveram movimentação quando o advogado já era secretário.

Nahass assumiu a secretaria cerca de 10 anos depois de ter deixado a concessionária. À TV Globo, a Secretaria de Estado de Transportes informou que o titular da pasta está com sua licença para advogar suspensa, informação que só foi atualizada no site da Ordem após os questionamentos sobre o conflito de interesse.  Nas redes, passageiros reclamam dos serviços.

Em 2009, a Supervia foi alvo de ação Civil Pública movida pelo Ministério Público por desrespeito ao consumidor, com panes constantes, nada diferente do cenário atual – nesta quarta-feira, os passageiros enfrentaram problemas nos ramais Saracuruna e Japeri.

A juíza Maria Isabel Paes Gonçalves condenou a empresa. No entanto, dois anos depois, em nova ação, a Supervia foi novamente processada e a mesma magistrada sinalizou que os clientes continuavam sendo desrespeitados e correndo riscos, sem que a decisão anterior tivesse sido cumprida.

Nahass era um dos representantes legais nas duas ações, deixou a empresa em 2012 e, quando a condenação da companhia foi confirmada em 2016 já estava fora.  No entanto, ele não protocolou a suspensão das suas atividades nos processos, assim como não notificou a Justiça sua saída das outras duas ações que ainda tramitam no TRJ: uma delas, que será arquivada, tratava do imbróglio envolvendo a desapropriação de um terreno, para construção de passarela no maracanã.

No outro processo, o Estado foi condenado, em decisão do dia 3 de dezembro, a restituir impostos cobrados indevidamente da empresa, com valor de R$ 4 milhões.

A OAB informou que não há irregularidades na solicitação de licenciamento do Nahass, mas não divulgou ainda quando ele pediu. A Supervia disse que não vai se manifestar.

Em nota enviada ao Metrópoles, o secretário Andre Nahass negou qualquer irregularidade e afirmou que sua inscrição na OAB está suspensa desde que assumiu a pasta, não sendo possível advogar em causas na Justiça.

“Andre Nahass ressalta ainda que desde 2012 não integra a SuperVia. Enquanto diretor, desempenhou funções inerentes ao cargo, como representar a concessionária em ações judiciais, das quais deixou de ser representante legal quando se desligou da empresa.  Automaticamente após o seu desligamento, foi revogada sua procuração de representante legal da Concessionária e, portanto, ele não representa a empresa”, disse a Setrans, em nota.

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