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Rio usa kit intubação de hospitais veterinários em pacientes humanos

Com a suspensão de serviços eletivos, medicamentos que estavam sem uso no Centro de Controle de Zoonozes foram distribuídos pela rede

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Hospital Ronaldo Gazolla, referência no tratamento de Covid no Rio de janeiro pacientes uti
1 de 1 Hospital Ronaldo Gazolla, referência no tratamento de Covid no Rio de janeiro pacientes uti - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – Sedativos e neurobloqueadores de hospitais veterinários da rede municipal de saúde do Rio estão sendo remanejados para tentar suprir o desabastecimento nas unidades de saúde da cidade, sobretudo do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência para tratamento do coronavírus.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a prefeitura tem recorrido a estes itens, como os já recolhidos do Centro Veterinário de Controle de Zoonoses, em Santa Cruz, na zona oeste.

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De acordo com Soranz, os medicamentos do chamado kit intubação que seriam usados nos animais são os mesmos usados em seres humanos.

“Todas as cirurgias eletivas estão suspensas na cidade do Rio e isso inclui as cirurgias nos centros de veterinária. Então não faz sentido continuarmos consumindo itens essenciais para intubação, para saúde humana, nas unidades veterinárias”, explicou Soranz.

“Estamos usando todo esse material que é relativo a sedativos e a bloqueadores neuromusculares em unidades que têm um alto atendimento de pessoas com Covid ou outras doenças em que é necessária a intubação”, completou.

As cirurgias eletivas, inclusive nos animais, estão paradas desde o fim de março. Mesmo assim, segundo o secretário, o abastecimento dos hospitais com o chamado kit intubação só deve durar pelos próximos três dias.

“Todos os hospitais (municipais, estaduais e federais) têm um abastecimento para três dias e a gente tem remanejado para toda a rede, para que não falte em nenhuma unidade, e para que a gente consiga manter um equilíbrio neste fornecimento. Toda a rede SUS e a rede privada estão contribuindo para a manutenção destes insumos, que são estratégicos. Por isso, o Ministério da Saúde centralizou esta compra e tem distribuído por meio do governo do estado, que é responsável por esta logística”, afirmou.

Remanejamento

“A gente insiste que nenhum hospital deve ter estoques muito longos para não faltar em nenhum outro, para que a gente possa fazer o remanejamento e manter a rede abastecida. O ministro da Saúde (Marcelo Queiroga) já garantiu que vai receber um carregamento de importação essa semana, e hoje a gente já recebeu medicamentos, alguns bloqueadores neuromusculares e sedativos para que a gente possa manter o abastecimento ao longo dos próximos dias”, disse.

O Ministério da Saúde informou que já distribuiu, aos estados e municípios, mais de 8 milhões de medicamentos para intubação de pacientes ao longo da pandemia e que, até a noite desta quinta, aguardava a chegada de 2,3 milhões de medicamentos para intubação.

Os insumos, diz o governo federal, foram doados por um grupo de empresas privadas. Os medicamentos saíram da China nessa quarta-feira (14/4). Assim que chegarem ao Brasil, serão distribuídos imediatamente aos estados com estoques críticos dos insumos.

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