Rio homenageia Marielle Franco com placa na Cinelândia, no Centro
Homenagem foi feita na data em que o crime completa três anos sem respostas. Irmã de Marielle diz que legado da vereadora segue “gigante”
atualizado
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Rio de Janeiro – No dia em que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) completa três anos, o prefeito Eduardo Paes (DEM) inaugurou na Cinelândia, em frente à Câmara de Vereadores, no Centro do Rio de Janeiro, uma placa em homenagem à “ex-adversária política”, como fez questão de pontuar na cerimônia realizada na manhã deste domingo (14/3).
Com a presença dos familiares de Marielle e do deputado federal Marcelo Freixo (PSol), a placa foi instalada no mesmo local onde o deputado federal Daniel Silveira quebrou sinalização semelhante, durante a campanha eleitoral de 2018.
“Esse é um assassinato brutal e precisa ser elucidado. A diferença de pensamentos, de crenças e de ideologias, diferenças de visão de mundo, não podem tirar da gente aquilo que é o mais importante, que é o respeito e o amor ao próximo. Ninguém merece ser assassinado pelo que pensa e pelo que faz. A homenagem é singela, mas simbólica. Seguindo na linha da Marielle, a possibilidade de as pessoas divergirem democraticamente é eterna”, declarou o prefeito.
Veja imagens da inauguração:
A simbologia do ato ganhou força pois, além de marcar a data do crime, foi feita no mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, converteu a prisão do parlamentar para domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O deputado federal está detido desde 16 de fevereiro, após gravar vídeo atacando a Suprema Corte e os magistrados da instituição.
Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes morreram assassinados em 14 de março de 2018 quando o carro em que estavam foi atacado a tiros no bairro do Estácio, na zona norte. Desde então, as famílias das vítimas fazem duas perguntas: quem matou e quem mandou matar a vereadora? Acusado de executar Marielle, Ronnie Lessa volta ao banco dos réus. Entenda.
Para Anielle Franco, irmã de Marielle, o crime foi um feminicídio político e fez com que o nome da parlamentar, negra, ativista, lésbica e nascida no Complexo da Maré, se tornou um símbolo de luta das minorias. “Ela é gigante, e só temos orgulho de tudo o que ela representa”, avalia.