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Ribeiro diz poder “ter conhecido” homem que denunciou propina em pneu

Ex-ministro da Educação é investigado por suposto envolvimento em esquema de corrupção no MEC envolvendo pastores

atualizado

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Milton Ribeiro, ministro da Educação durante evento no palacio do planalto
1 de 1 Milton Ribeiro, ministro da Educação durante evento no palacio do planalto - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou que “pode ter conhecido” Ailson Souto da Trindade, empresário do setor da construção civil que alega ter recebido aval de Ribeiro para que contratos de obras federais de escolas fossem negociados em troca de propina para os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

Em entrevista ao Estadão, Trindade disse que o acordo previa que o dinheiro vivo seria escondido na roda de uma caminhonete para ser levado de Belém (PA) até Goiânia (GO), onde está a sede da igreja dos pastores. A propina cobrada era de R$ 5 milhões. Um dos pastores, Gilmar, havia sido recomendado a Ribeiro pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL).

Sobre o caso, o ex-ministro declarou: “A uma semana (da eleição) apareceu um empresário que eu posso ter conhecido. Tirei foto com muita gente. Inclusive, posso ter recebido ele lá no MEC. Mas imagina se eu, na presença de outras pessoas, eu ia fazer proposta para vir dinheiro dentro de roda de carro. É uma calúnia. Nunca pedi uma coisa dessas”. A afirmação foi feita em entrevista ao site Antagonista, nesta sexta-feira (23/9).

O ex-ministro é investigado por supostamente participar de um esquema de corrupção envolvendo pastores e distribuição de verbas no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do MEC. Os líderes religiosos negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais – mesmo sem ter cargos no governo.

Segundo Trindade, os pastores eram os responsáveis por propor os valores das transações, e chegaram até a escolher o pneu como esconderijo para o dinheiro.

Na entrevista, Ribeiro voltou a dizer que não tinha proximidade com os líderes religiosos investigados no inquérito.

“Sempre respeitei tanto o Arilton quanto o Gilmar pelo fato de eles serem pastores. Mas eu não tinha proximidade nenhuma, não os conhecia”, afirmou Ribeiro. “Esses pastores tinham alguns, que eu me lembre, ao menos dois ou três prefeitos que pertenciam à denominação deles (Assembleia de Deus – Ministério Cristo para Todos), lá no interior de cidades do Norte e Nordeste. E aí eles julgavam ou achavam que poderiam fazer essa intermediação.”

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Suposta interferência de Bolsonaro

À coluna no Metrópoles do jornalista Rodrigo Rangel, o delegado Bruno Calandrini, responsável pela operação que investiga o caso, apontou indícios de que o presidente Jair Bolsonaro alertou Milton Ribeiro sobre o inquérito. A denúncia se baseou em uma ligação em que o ex-ministro afirmou a uma de suas filhas que recebeu um telefone de Bolsonaro.

Questionado sobre uma possível interferência do presidente, Ribeiro afirmou: “Eu queria preparar [as filhas] para uma possível entrada ou pedido de intervenção policial em casa, como de fato aconteceu. Se eu cometi um erro nesse episódio, esse foi meu erro. Não recebi ligação nenhuma do presidente. Falei isso para prepará-las.”

Após a denúncia do delegado, o Ministério Público Federal pediu que o caso fosse remetido da primeira instância da Justiça Federal em Brasília para o Supremo Tribunal Federal (STF) e que o presidente fosse também investigado. Desde então, a decisão de incluir Bolsonaro ou não entre os alvos da apuração está nas mãos da ministra Cármen Lúcia.

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