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Terras indígenas: CNBB vai na “contramão” de propostas do governo

“Somos contrários a tudo aquilo que prejudica o meio ambiente e os povos nativos”, diz dom Walmor de Azevedo, presidente da Conferência

atualizado

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1 de 1 domwalmor - Foto: Divulgação

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, disse nesta quarta-feira (12/02/2020) que o órgão católico “está na contramão” de propostas do governo Jair Bolsonaro (sem partido) para a exploração econômica de terras indígenas. O religioso também criticou a ausência da sociedade civil em conselhos como o da Amazônia, liderado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

“Governos e grupos econômicos residem seus interesses no dinheiro, no lucro, e, portanto, não levam em conta questões muito fundamentais que devem ser levadas em função da preservação”, afirmou dom Walmor, em coletiva de imprensa para apresentação do documento Querida Amazônia, exortação do papa Francisco após o Sínodo dos Bispos.

Arcebispo de Belo Horizonte (MG), ele citou casos como o rompimento da barragem de rejeitos que destruiu Brumadinho (MG) como um exemplo de “luta” da Igreja Católica contra o avanço da mineração. “Inclusive quando conquistamos legislação própria para isso e ela não é cumprida adequadamente”, disse o religioso.

Projeto de lei
A CNBB ainda não havia se pronunciado sobre o projeto de lei encaminhado na semana passada pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional. O projeto de lei estabelece condições para mineração, turismo, pecuária, exploração de recursos hídricos para geração de energia, bem como de petróleo e gás natural.

“Somos contrários a tudo aquilo que prejudica o meio ambiente e os povos nativos. Nós estamos diametralmente opostos àquilo que atinge e que se faz por interesse meramente econômico, em um desenvolvimentismo que não atende as necessidades dos mais pobres, mas pelo contrário, os exclui”, afirmou o arcebispo.

Risco à democracia
O arcebispo também criticou a redução dos órgãos consultivos de participação popular no governo Bolsonaro. Para ele, há “risco à democracia”. Em janeiro, o presidente reagiu ao desgaste internacional com os incêndios na Amazônia com a criação do Conselho da Amazônia, em âmbito administrativo.

“É muito triste quando um governo restringe a participação civil em conselhos, evitando escutar uma voz que precisa ser profundamente escutada”, criticou dom Walmor.

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